domingo, 20 de janeiro de 2013

Tópico de História de Acesso a UAN


Revolução Industrial

A Revolução industrial foi um conjunto de mudanças que aconteceram na Europa nos séculos XVIII e XIX. A principal particularidade dessa revolução foi a substituição do trabalho artesanal pelo assalariado e com o uso das máquinas. 

             Até o final do século XVIII a maioria da população europeia vivia no campo e produzia o que consumia. De maneira artesanal o produtor dominava todo o processo produtivo.

             Apesar de a produção ser predominantemente artesanal, países como a França e a Inglaterra, possuíam manufacturas. As manufacturas eram grandes oficinas onde diversos artesãos realizavam as tarefas manualmente, entretanto subordinados ao proprietário da manufactura.
A Revolução Industrial teve início no século XVIII entre ( 1708 - 1835), na Inglaterra, com a mecanização dos sistemas de produção. Enquanto na Idade Média o artesanato era a forma de produzir mais utilizada, na Idade Moderna tudo mudou. A burguesia industrial, ávida por maiores lucros, menores custos e produção acelerada, buscou alternativas para melhorar a produção de mercadorias. Também podemos apontar o crescimento populacional, que trouxe maior demanda de produtos e mercadorias.

De acordo com a teoria de Karl Marx, a Revolução Industrial, iniciada na Grã-Bretanha, integrou o conjunto das chamadas Revoluções Burguesas do século XVIII, responsáveis pela crise do Antigo Regime, na passagem do capitalismo comercial para o industrial. Os outros dois movimentos que a acompanham são a Independência dos Estados Unidos e a Revolução Francesa que, sob influência dos princípios iluministas, assinalam a transição da Idade Moderna para a Idade Contemporânea. Para Marx, o capitalismo seria um produto da Revolução Industrial e não sua causa.

O termo revolução industrial foi usado pela primeira vez em 1837 pelo economista francês Adolphe Blanqui na sua obra HISTORIE DE L ECONOMIE EUROPE.
A Inglaterra foi precursora na Revolução Industrial devido a diversos factores, entre eles: possuir uma rica burguesia, o fato do país possuir a mais importante zona de livre comércio da Europa, o êxodo rural, matérias primas e a localização privilegiada junto ao mar o que facilitava a exploração dos mercados ultramarinos.
                                   A Primeira etapa 

Entre 1760 a 1860, a Revolução Industrial ficou limitada, primeiramente, à Inglaterra. Houve o  aparecimento de indústrias de tecidos de algodão, com o uso do tear mecânico. Nessa época o aprimoramento das máquinas a vapor contribuiu para a continuação da Revolução,  Invenção e uso de novos sistemas de transporte como, por exemplo, ferroviário (locomotivas a vapor) e navios a vapor. Estas invenções eram para suprir a necessidade de transporte de mercadorias em larga escala, Os trabalhadores das fábricas recebiam salários baixos, enfrentam péssimas condições de trabalho e não tinham direitos trabalhistas.
            Foi uma fase de transição do sistema de produção artesanal para o industrial, Houve o uso de mão-de-obra infantil e feminina com salários abaixo dos homens, Busca de matérias-primas e mercados consumidores na África e Ásia, através do neocolonialismo.

                                                 A Segunda Etapa 
          
A segunda etapa ocorreu no período de 1860 a 1900 século XIX e começo do século XX, ao contrário da primeira fase, países como EUA Alemanha, França, Rússia e Itália também se industrializaram. O emprego do aço, a utilização da energia elétrica e dos combustíveis derivados do petróleo, a invenção do motor a explosão (veículos automotores e aviões (carros, autocarros…). Da locomotiva a vapor e o desenvolvimento de produtos químicos, - Avanços na área de telecomunicações como, por exemplo, telefone e rádio. foram as principais inovações desse período.
                                    A Terceira Fase
teve inicio com o final da Segunda Guerra Mundial (meados do século XX). É a fase que vivemos até a actualidade: Introdução do uso de novas fontes de energia como a nuclear, Desenvolvimento e início do uso da informática, robótica principalmente por parte de empresas e governos. Posteriormente para todas as pessoas, Melhorias nas condições de trabalho com ampliação dos direitos trabalhistas, Fortalecimento do sistema capitalista.
 Desenvolvimento da Genética e da Biotecnologia, oferecendo novos recursos para a área médica e fortalecendo a indústria de medicamentos, Desenvolvimento da Globalização, principalmente após o fim da Guerra Fria, que trouxe um novo cenário nas relações económicas e formas de produção, No final do século XX e começo do XXI, temos o desenvolvimento da Internet que alavancou o mundo do comércio e das finanças.
 Inicio, a partir da década de 1970, das preocupações com o Meio Ambiente (aquecimento global, efeito estufa, extinção de espécies animais, buraco na camada de ozono). Vale lembrar que grande parte destes problemas ambientais foram causados pela Revolução Industrial desde sua primeira fase.
                                              Avanços da Tecnologia

              O século XVIII foi marcado pelo grande salto 
tecnológico nos transportes e máquinas. As máquinas a vapor, principalmente os gigantes teares, revolucionou o modo de produzir. Se por um lado a máquina substituiu o homem, gerando milhares de desempregados, por outro baixou o preço de mercadorias e acelerou o ritmo de produção.
Na área de transportes, podemos destacar a invenção das locomotivas a vapor (Maria fumaça) e os trens a vapor. Com estes meios de transportes, foi possível transportar mais mercadorias e pessoas, num tempo mais curto e com custos mais baixos.

Finanças e Comercio: aumentou-se as exportações em Inglaterra no século XVII; das importações das matérias-primas a baixo preço; aumento de fornecimento de credito a longo prazo e o excelente funcionamento da banca inglesa.
Demografia: a população teve um desenvolvimento explosivo duplicando-se ao longo séc. XIX e XX isto é entre 1800 e 1914.
Agrícola: introdução de novas culturas batatas, milho, trigo, cana-de-açúcar…
PRINCIPAIS  AVANÇOS  DA MAQUINOFATURA

Em 1733, John Kay inventa a lançadeira volante.
Em 1767 James Hargreaves inventa a "spinning janny", que permitia a um só artesão fiar 80 fios de uma única vez.
Em 1768 James Watt inventa a máquina a vapor.
Em 1769 Richard Arkwright inventa a "water frame".
Em 1779 Samuel Crompton inventa a "mule", uma combinação da "water frame" com a "spinning jenny" com fios finos e resistentes.
Em 1785 Edmond Cartwright inventa o tear mecânico.

                                        A Fábrica

            As fábricas do início da Revolução Industrial não apresentavam o melhor dos ambientes de trabalho. As condições das fábricas eram precárias. Eram ambientes com péssima iluminação, abafados e sujos. Os salários recebidos pelos trabalhadores eram muito baixos e chegava-se a empregar o trabalho infantil e feminino. Os empregados chegavam a trabalhar até 18 horas por dia e estavam sujeitos a castigos físicos dos patrões. Não havia direitos trabalhistas como, por exemplo, férias, décimo terceiro salário, auxílio doença, descanso semanal remunerado ou qualquer outro benefício. Quando desempregados, ficavam sem nenhum tipo de auxílio e passavam por situações de precariedade.
                             Reacção dos trabalhadores

           Em muitas regiões da Europa, os trabalhadores se organizaram para lutar por melhores condições de trabalho. Os empregados das fábricas formaram as trade unions (espécie de 
sindicatos) com o objectivo de melhorar as condições de trabalho dos empregados. Houve também movimentos mais violentos como, por exemplo, o ludismo.
 Também conhecidos como "destruidores de máquinas", os ludistas invadiam fábricas e destruíam seus equipamentos numa forma de protesto e revolta com relação a vida dos empregados. O cartismo foi mais brando na forma de actuação, pois optou pela via política, conquistando diversos direitos políticos para os trabalhadores
Principais consequências da Revolução Industrial

- Diminuição do trabalho artesanal e aumento da produção de mercadorias manufacturadas em máquinas e a menos tempo; Criação de grandes empresas com a utilização em massa de trabalhadores assalariados; Maior concentração de renda nas mãos dos donos das indústrias; Avanços nos sistemas de transportes (principalmente ferroviário e marítimo) à vapor; Desenvolvimento de novas máquinas e tecnologias voltadas para a produção de bens de consumo; Surgimento de sindicatos de trabalhadores com objectivos de defender os interesses da classe trabalhadora;
-Aumento do êxodo rural (migração de pessoas do campo para as cidades) motivado pela criação de empregos nas indústrias; Aumento da poluição do ar com a queima do carvão mineral para gerar energia para as máquinas; Crescimento desordenado das cidades, gerando problemas de habitação; Aumento das doenças e acidentes de trabalhos em função das péssimas condições de trabalho nas fábricas; Uso em grande quantidade de mão-de-obra infantil nas fábricas.

 

                                            Conclusão

     A Revolução tornou os métodos de produção mais eficientes. Os produtos passaram a ser produzidos mais rapidamente, barateando o preço e estimulando o consumo. Por outro lado, aumentou também o número de desempregados. As máquinas foram substituindo, aos poucos, a mão-de-obra humana. A poluição ambiental, o aumento da poluição sonora, o êxodo rural e o crescimento desordenado das cidades também foram consequências nocivas para a sociedade

A Revolução Industrial alterou completamente a maneira de viver das populações dos países que se industrializaram. As cidades atraíram os camponeses e artesãos, e se tornaram cada vez maiores e mais importantes.
Na Inglaterra, por volta de 1850, pela primeira vez em um grande país, havia mais pessoas vivendo em cidades do que no campo. Nas cidades, as pessoas mais pobres se aglomeravam em subúrbios de casas velhas e desconfortáveis, com condições horríveis de higiene e salubridade, se comparadas com as habitações dos países industrializados hoje em dia. Mas representavam uma grande melhoria se comparadas as condições de vida dos camponeses, que viviam em choupanas de palha. Conviviam com a falta de água encanada, com os ratos, o esgoto formando riachos nas ruas esburacadas.
O trabalho do operário era muito diferente do trabalho do camponês: tarefas monótonas e repetitivas.
……………………………………………………………………………………
A prioridade inglesa na Revolução Industrial
Vários factores contribuíram para que a revolução industrial tivesse origem na Inglaterra. Abundância de matérias-primas Lã Ferro Carvão proveniente das colónias inglesas da Índia África e da América .
Inovações técnicas (sobretudo nos sectores fundamentais da indústria inglesa) Permitiram colocar nos mercados produtos de melhor qualidade a melhores preços Têxtil Metalúrgica
Numerosa mão-de-obra Devido ao aumento da população e do afluxo de trabalhadores provenientes dos campos vias de comunicação favoráveis abertura de canais e estradas e a construção de caminhos-de-ferro Existência de rios navegáveis Portos acessíveis
 Minas Provenientes da produção agrícola e do comércio internacional Aplicados, Existência de capitais o regime parlamentar garantia a livre concorrência e a não intervenção na economia. 
A Grã-Bretanha firmou vários acordos comerciais vantajosos com outros países. Um desses acordos foi o Tratado de Methuen, celebrado com a decadência da monarquia absoluta portuguesa, em 1703, por meio do qual conseguiu taxas preferenciais para os seus produtos no mercado português.
…………………………………………………………………………………………
                                           Capitalismo livre mercado
       Capitalismo: sistema económico, político e social no qual os agentes económicos (empresários), proprietários dos meios de produção permitem que esta produção seja comercializada num mercado, onde as transacções são de natureza monetária.

       Comummente definido como um sistema de organização de sociedade baseado na propriedade privada dos meios de produção e propriedade intelectual, e na liberdade de contrato sobre estes bens ( LIVRE MERCADO ). "Capitalismo" é o nome que se dá às atitudes económicas decorrentes naturalmente numa sociedade que respeita a propriedade privada e a liberdade de contrato.

       Monopólio: Em economia, monopólio (do grego monos, um + polein, vender) é como se denomina uma situação de concorrência imperfeita, em que uma empresa detêm o mercado de um determinado produto ou serviço, impondo preços aos que comercializam. 

      Monopólios podem surgir devido a características particulares de mercado, ou devido a regulamentação governamental, o monopólio coercivo, e criam uma particularidade económica, em que a curva de demanda do bem fica negativamente inclinada, na medida em que a demanda da firma e a demanda do mercado são as mesmas.

A livre concorrência é um princípio capitalista pelo qual qualquer um é livre para praticar formas de troca mercadoria seguindo os princípios da livre concorrência, oferta e procura. Um comerciante pode oferecer melhores preços que outro visando atrair o consumidor e adquirir uma clientela.
Esse princípio favorece o cliente, que pode escolher a melhor oferta, e tem a sua disposição comerciantes interessados em seu poder de compra. É o oposto do monopólio comercial, muito comummente praticado durante a fase do mercantilismo, em meados do século XV.
………………………………………………………………………………..

A Partilha do Mundo entre as Associações de Capitalistas

As associações de monopolistas capitalistas  partilham entre si, em primeiro lugar, o mercado interno, apoderando-se mais ou menos completamente da produção. Mas sob o capitalismo o mercado interno está inevitavelmente entrelaçado com o externo. Há já muito que o capitalismo criou um mercado mundial. E à medida que foi aumentando a exportação de capitais e se foram alargando, sob todas as formas as relações com o estrangeiro e com as colónias e as "esferas de influência" das maiores associações monopolistas, a marcha "natural" das coisas levou a um acordo universal entre elas.
A Partilha do Mundo entre as Grandes Potências
No seu livro sobre o "desenvolvimento territorial das colónias europeias, o geógrafo A. Supan dá o seguinte resumo desse desenvolvimento nos fins do século XIX:
PERCENTAGEM DE TERRITÓRIO PERTENCENTE ÀS POTÊNCIAS COLONIAIS EUROPEIAS E AOS ESTADOS UNIDOS
1876
1900
Diferenças
Em África
10,8%
90,4%
79,6%
Na Polinésia
56,8%
98,9%
42,1%
Na Ásia
51,5%
56,6%
5,1%
Na Austrália
100%00
100%
--
Na América
27,5%
27,2%
0,3%
"O traço característico deste período conclui o autor é, por conseguinte, a partilha da África e da Polinésia." Como nem na Ásia nem na América existem terras desocupadas, isto é, que não pertençam a nenhum Estado, há que ampliar a conclusão de Supan e dizer que o traço característico do período que nos ocupa é a partilha definitiva do planeta.
Para a Inglaterra, o período de enorme intensificação das conquistas coloniais corresponde aos anos de 1860 a 1890 e muito considerável durante os últimos vinte anos do século XIX. Para a França e para a Alemanha corresponde exactamente a esses vinte anos. Vimos acima que o período de desenvolvimento máximo do capitalismo pré-monopolista, o capitalismo em que predomina a livre concorrência, vai de 1860 a 1870. Agora vemos que é exactamente depois desse período que começa o enorme "ascenso" de conquistas coloniais, que se exacerba até um grau extraordinário a luta pela partilha territorial do mundo. É indubitável, por conseguinte, que a passagem do capitalismo à fase do capitalismo monopolista, ao capital financeiro, se encontra relacionada com a exacerbação da luta pela partilha do mundo.
POSSESSÕES COLONIAIS DAS GRANDES POTÊNCIAS
(Em milhões de quilômetros quadrados e em milhões de habitantes)

Colónias
Metrópoles
Total

1876
1914
1914
1914

km2
Hab.
Km2
Hab
Km2
Hab
Km2
Hab
Inglaterra
22,5
251,9
33,5
393,5
0,3
46,5
33,8
440,0
Rússia
17,0
15,9
17,4
33,2
5,4
136,2
22,8
169,4
França
0,9
6,0
10,6
55,5
0,5
9,6
11,1
95,1
Alemanha
--
--
2,9
12,3
0,5
64,9
3,4
77,2
Estados Unidos
--
--
0,3
0,39,7
9,4
97,0
9,7
106,7
Japão
--
--
0,3
19,2
0,4
53,0
0,7
72,2
Total para as 6 grande potências
40,4
273,8
65,0
523,4
16,5
437,2
81,5
960,6
Colónias de outra potências (Bélgica, Holanda, etc)






9,9
45,3
Outros países






14,5
361,2
Total na terra






133,9
1.657,0









Ao falar da política colonial da época do imperialismo capitalista, é necessário notar que o capital financeiro e a correspondente política internacional, que se traduz na luta das grandes potências pela partilha económica e política do mundo, originam abundantes formas transitórias de dependência estatal. Para esta época são típicos não só os dois grupos fundamentais de países - os que possuem colónias e as colónias -, mas também as formas variadas de países dependentes que, dum ponto de vista formal, político, gozam de independência, mas que na realidade se encontram envolvidos nas malhas da dependência financeira e diplomática.
Para terminar com o que diz respeito à partilha do mundo devemos notar ainda o seguinte. Não só as publicações americanas depois da guerra hispano-americana, e as inglesas depois da guerra anglo-boer, apresentaram o assunto de um modo completamente aberto e definido em fins do século XIX e princípios do século XX; não só as publicações alemãs, que seguiam "de maneira mais zelosa" o desenvolvimento do "imperialismo britânico", têm vindo a apreciar sistematicamente este fato. Também as publicações burguesas de França apresentaram a questão de modo suficientemente claro e amplo, na medida em que isso é possível de um ponto de vista burguês. Referimo-nos ao historiador Driault, autor de Problemas Políticos e Sociais de Fins do Século XIX, que diz o seguinte, no capítulo sobre "As grandes potências e a partilha do mundo": "Nestes últimos anos, todos os territórios livres do globo, com excepção da China, foram ocupados pelas potências da Europa ou pela América do Norte. Produziram-se já, com base nisto, alguns conflitos e deslocações de influência, precursoras de transformações mais terríveis num futuro próximo.
………………………………………………………………………….
A PARTILHA DE ÁFRICA

 A divisão do continente africano teve seu início na segunda parte do século XIX. Porém, foi um pouco depois, na Conferência de Berlim (1884 – 1885) que a delimitação das fronteiras da África atingiu seu ponto máximo. Nesta conferência foram decididas normas a serem obedecidas pelas potências colonizadoras. Apesar do intuito inicial da reunião ter sido o de acertar os limites de interesse económicos destes países na região, não foi possível alcançar um equilíbrio entre as ambições imperialistas de cada nação.

O papel da conferência, que contou com a participação de 14 países, era delinear as regras da ocupação. “A conferência não ‘dividiu’ a África em blocos coloniais, mas admitiu princípios básicos para administrar as actividades europeias no continente, como o comércio livre nas bacias dos rios Congo e Níger

A partilha da África foi decidida por Rússia, EUA e 14 países da Europa.
Líder do imperialismo na época, a Inglaterra dominou o norte do Mar Mediterrâneo até o extremo Sul do continente africano, região onde se encontrava o Cabo da Boa Esperança. Um importante nome britânico neste processo foi o de Benjamin Disraeli, que conseguiu tomar o Canal de Suez do completo domínio francês e egípcio. Este canal encurtava a distância entre os centros da indústria europeia e as áreas de colonização da Ásia, além disso, ligava o mar Mediterrâneo ao Mar Vermelho. Disraeli adquiriu acções do governo egípcio, fazendo com que o canal de Suez e todo Egipto tivessem dupla administração: inglesa e francesa. Já em 1904, o governo inglês apoiou a França na conquista do Marrocos, tendo como moeda de troca o abandono dos franceses das terras egípcias. Por fim, em 1885, a Inglaterra ainda anexou o Sudão, país ao Sul do Egito.
A França, apesar de ter perdido o Egipto para os britânicos, dominava ArgéliaTunísia, ilha de Madagáscar, Somália Francesa, Marrocos e Sudão (depois dominado pela Inglaterra) desde 1830.
A Alemanha dominava a região que atualmente é conhecida como República dos CamarõesTogo, sudeste e oriente da África. Já a Itália deteve o litoral da Líbia, Somália e Eritréia. A Bélgica ficou com o Congo.
Com excepção da Etiópia e da Libéria, todo o continente ficou sob o domínio europeu”, diz a historiadora Nwando Achebe, da Universidade Estadual do Michigan. A Libéria, formada por escravos libertos enviados de volta pelos Estados Unidos, havia se tornado independente em 1847. Na Etiópia, a independência foi garantida depois da Conferência de Berlim, com a vitória do exército do imperador Menelik II sobre tropas italianas na batalha de Adwa, em 1896.
O interesse europeu pela África vinha de muito tempo antes da conferência. No século 15, os portugueses já haviam chegado aos arquipélagos de Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, iniciando sua ocupação do continente (que depois se estendeu a Angola e Moçambique). Os britânicos ocuparam partes da atual África do Sul, do Egito, do Sudão e da Somália no século 19. No mesmo período, os franceses se apoderaram de parte do Senegal e da Tunísia, enquanto os italianos marcavam presença na Eritréia desde 1870. Em 1902, França e Inglaterra já detinham mais de metade do continente.

Guerras
Com a constante presença dos europeus no continente africano, desencadearam-se diversas disputas colonialistas. Uma delas foi a Guerra dos Bôeres(1899-1902). A Inglaterra, que dominava há muito tempo a Colônia do Cabo (África do Sul), entrou em conflito com os bôeres  colonos holandeses que dominavam Orange e Transvaal. A descoberta de ouro e diamantes na região e Joanesburgo, área dos bôeres, foi o que atraiu o interesse britânico. A Guerra dos Bôeres estourou em 1899 e foi até 1902. A Inglaterra saiu vitoriosa e anexou o território de Orange e Transvaal às suas colônias.
            A divergência entre Portugal e Inglaterra devido o mapa cor de rosa que interferia nos planos ingleses de ligar a cidade do cabo ao Egipto através de uma linha férrea.
Consequências
Esta divisão, feita de acordo com os interesses coloniais, criou conflitos na sociedade africana, problemas étnicos, económicos e políticos. Nenhum regime político funcionou no continente. O socialismo não foi eficiente e os estados capitalistas tornaram-se tristes exemplos do mau funcionamento da economia liberal. A miséria que toma a população do continente tem origens na dívida externa que cresce a cada ano.
Provocou mudanças profundas não apenas no dia-a-dia, nos costumes, na língua e na religião dos vários grupos étnicos que viviam no continente. Também criou fronteiras que, ainda hoje, são responsáveis por tragédias militares e humanitárias.
……………………………………………………………………………..

A primeira expansão europeia teve o seu início no século XV, tendo como países pioneiros Portugal e Espanha. Esta expansão teve como principais razões ou causas:
Causas económicas
  • Procura de fontes produtoras de produtos agrícolas para satisfazer as necessidades da população europeia, principalmente especiarias que vinham da Índia.
  • Procura de mercados consumidores de produtos manufacturados na Europa.
  • Escassez de metais preciosos na Europa.
Assim sendo, os europeus pretendiam monopolizar e controlar o comércio que se realizava entre a Europa, África Oriental e Ásia, que até então se encontrava nas mãos dos comerciantes Italianos e Turcos, para posterior obtenção de produtos orientais a preços baixos.
Como se sabe, muitos produtos do oriente, principalmente especiarias da Índia eram levados pelos comerciantes Árabes e Turcos, aos postos comerciais do mediterrâneo, onde revendiam a preços tão elevados. Este facto levou ao povo europeu a procurar novas rotas comerciais que lhes permitissem chegar ao oriente e obter matérias-primas e especiarias (pimenta) a baixos preços.
Causas Técnico-Científicas
A descoberta de novas técnicas de navegação e de orientação como a bússola, leme, astrolábio e da caravela, substituindo as antigas técnicas de navegação rudimentares como orientação pelos acidentes geográficos, luzes dos faróis, sol, estrela polar, etc.
Causas políticas
A existência na Europa de Estados centralizados, apoiados pela burguesia comercial e o desmembramento da sociedade feudal, a ausência de conflitos internos e externos. Os novos estados estimulavam o desenvolvimento do comércio e da indústria manufactureira, abolindo todas as barreiras alfandegárias impostas pelos senhores feudais.
Causas religiosas
A necessidade de expandir o cristianismo e a intensa luta contra a expansão do islamismo.
O que levou Portugal e Espanha a serem pioneiros da expansão europeia, foi a sua localização geográfica favorável a navegação marítima, situados junto ao Oceano Atlântico, para além de que já eram estados centralizados, com profundos conhecimentos da navegação. Para além, estes países careciam de cereais; ouro e de especiarias, que até então conseguiam a preços exorbitantes. Foi precisamente a conjugação de todas estas razões que levariam a Portugal e Espanha a iniciarem a expansão, rumo a fonte produtora de especiarias.
Culturais
Os europeus por se considerarem mais civilizados vinham com a intenção de civilizar os africanos considerados povos não civilizados.
A certeza da existência de riquezas africanas, fez nascer neste período uma série de associações e sociedades de patrocínio a estas viagens. Teoricamente definidas como associações científicas e filantrópicas, organizadas com o objectivo de promover a exploração e a “civilização” africana, elas tiveram essencialmente fins políticos e não surgiram desligadas das rivalidades entre as potências europeias. Destacou-se aqui a Associação Internacional Africana, criada depois da Conferência Geográfica de 1876, que decorreu sob os auspícios do rei Leopordo II da Bélgica.
Entretanto, em Portugal que acompanhou o movimento, surgiu em 1875, a Sociedade de Geografia de Lisboa. Pouco tempo depois, em 1877, Serpa Pinto atravessou o continente de lés-a-lés e capelo e Ivens partindo de Moçâmedes até Quelimane, seguindo grande parte do rio Zambeze e centrando as suas atenções entre Angola e Moçambique, eixo das rivalidades luso-britânico.
Expansão marítima espanhola

          A Espanha será um Estado Nacional somente em 1469, com o casamento de Isabel de Castela e Fernando de Aragão. Dois importantes reinos cristãos que enfrentaram os mouros na Guerra de Reconquista.
No ano de 1492 o último reduto mouro -Granada -foi conquistado pelos cristãos; neste mesmo ano, Cristovão Colombo ofereceu seus serviços aos reis da Espanha.
Colombo acreditava que, navegando para oeste, atingiria o Oriente. O navegante recebeu três navios e, sem saber chegou a um novo continente: a América
tendo achado que já estava na Índia, pelo que chamou este povo de Índios.
                            A seguir a principais etapas da expansão espanhola:
1492 - chegada de Colombo a um novo continente, a América;
1504 -Américo Vespúcio afirma que a terra descoberta por Colombo era um novo continente;
1519 a 1522 - Fernão de Magalhães realizou a primeira viagem de circunavegação do globo.

                                      Expansão marítima portuguesa

        Portugal foi a primeira nação a realizar a expansão marítima. Além da posição geográfica, de uma situação de paz interna e da presença de uma forte burguesia mercantil; o pioneirismo português é explicado pela sua centralização política que, como vimos, era condição primordial para as Grandes Navegações.
        A formação do Estado Nacional português está relacionada à Guerra de Reconquista - luta entre cristãos e muçulmanos na península Ibérica.
A primeira dinastia portuguesa foi a Dinastia de Borgonha ( a partir de 1143 ) caracterizada pelo processo de expansão territorial interna.

       A expansão ultramarina envolveu somas milionárias. Para financiá-la, a Coroa portuguesa aumentou impostos, recorreu a empréstimos junto a grandes comerciantes e banqueiros, inclusive italianos, e aos recursos acumulados pela Ordem de Cristo, herdeira da antiga Ordem dos Templários braço armado da Igreja, a Ordem dos Templários enriqueceu com os saques realizados no Oriente Médio durante as cruzadas, nos séculos XII e XIII. Com hierarquia própria, homens armados e muito dinheiro, transforma-se em um poder paralelo dentro da Igreja. Dissolvida pelo papa, os integrantes da ordem são perseguidos por toda a Europa. Portugal acolhe os templários e suas fortunas durante o reinado de dom Diniz, de 1279 a 1325. Eles fundam a Ordem de Cristo. Dom Henrique, membro da ordem e administrador de seus recursos, usa essa riqueza para financiar o projecto ultramarino.

        Na época das grandes navegações e descobrimentos, reinava em Portugal a Casa de Avis, dinastia fundada por dom João I, o Mestre de Avis, em 1385, após uma crise sucessória no reino. Ele conquistou a Coroa pelas armas, apoiado pela pequena nobreza, camponeses, comerciantes, armadores e ricos representantes dos ofícios urbanos. Todos tinham um interesse em comum: a expansão comercial e marítima.

     A busca de uma nova rota para o Oriente exigiu o aperfeiçoamento das técnicas de navegação até então conhecidas. Portugal fez isso sob a direcção do infante dom Henrique, irmão do rei dom João I. O infante reuniu no promontório de Sagres, no Algarve, os maiores especialistas em navegação, cartografia, astronomia, geografia e construção naval. Formando, assim, o mais completo e inovador centro de estudos náuticos da época.

       Os especialistas de Sagres aperfeiçoaram instrumentos de navegação, como a bússola, o astrolábio, o quadrante, a balestilha e o sextante. Desenvolveram a cartografia moderna e foram os primeiros a calcular com precisão a circunferência da Terra em léguas, numa época em que poucos acreditavam que o planeta fosse redondo.

       Em Sagres nasceu a caravela latina: robusta para poder enfrentar mar alto e tempo ruim, pequena para explorar litorais recortados e ágil para navegar com ventos contrários. Com essa embarcação exclusiva dos portugueses, os navegadores do reino enfrentaram os perigos e surpresas do "mar Oceano", exploraram o litoral da África e encontraram o caminho marítimo para o Oriente.


          Entre 1421 e 1434 os lusitanos chegaram aos arquipélagos da Madeira e dos Açores e avançaram para além do cabo Bojador. Em 1436 atingiram o Rio Douro e começaram a conquista da Guiné. Ali se apropriaram da Mina, centro aurífero explorado pelos reinos nativos em associação aos comerciantes mouros, a maior fonte de ouro de toda a história de Portugal. Em 1441 os portugueses chegaram ao cabo Branco. Em 1444 atingiram a ilha de Arguim, onde instalaram a primeira feitoria em território africano, e iniciaram a comercialização de escravos, marfim e ouro. Entre 1445 e 1461 descobriram Cabo Verde, navegaram pelos rios Senegal e Gâmbia e avançaram até Serra Leoa. De 1470 a 1475 exploraram a costa de Serra Leoa até o cabo Santa Catarina. Em 1482 chegaram a São Jorge da Mina e avançaram até o rio Zaire, o trecho mais difícil da costa ocidental africana. Cinco anos mais tarde, em 1487, Bartolomeu Dias atinge o cabo das Tormentas, no extremo sul do continente – que passa a ser chamado de cabo da Boa Esperança –, e atinge o Índico. Conquistava, assim, o trecho mais difícil do caminho para as Índias.

         Na época em que os portugueses atingiram a foz do rio Zaire, Cristóvão Colombo trabalhava para Portugal e integrava a equipe de pilotos de Sagres. Ali elaborava seus cálculos – errados – sobre a circunferência da Terra em léguas: imaginava as Índias muito mais próximas da Europa. Em 1483 ofereceu ao rei de Portugal, dom João II, seu projeto de alcançar as Índias pelo ocidente. Como os portugueses já têm seus próprios planos – chegar às Índias contornando a África –, rejeitam a proposta de Colombo, mais tarde bancada pela Espanha.
          Após a chegada dos portugueses em África, e dos europeus em geral, numa primeira fase as suas relações incidiram nas trocas comerciais, sem no entanto interferir nos assuntos políticos. Naquilo que eram os objectivos dos europeus de obter matérias-primas, mão-de-obra barata, mercados consumidores dos produtos industriais europeus e especiarias, estes acabam por se fixar em África, a fim de conseguir o Ouro, Marfim e Escravos, produtos ou mercadorias de grande interesse na altura. As trocas comerciais eram desiguais, pois os africanos entregavam produtos de grande valor como Ouro, Marfim, Escravos e em troca recebiam missangas, porcelanas e outros produtos de baixo valor, manufacturados na Europa. 
                                      Etapas da expansão Portuguesa:
          A expansão marítima portuguesa interessava à Monarquia, que buscava seu fortalecimento; à nobreza, interessada em conquista de terras; à Igreja Católica e a possibilidade de cristianizar outros povos e a burguesia mercantil, desejosa de ampliar seus lucros.
1415 -tomada de Ceuta, importante entreposto comercial no norte da África;
1420 -ocupação das ilhas da Madeira e Açores no Atlântico;
1434 -chegada ao Cabo Bojador;
1445 -chegada ao Cabo Verde;
1487 -Bartolomeu Dias e a transposição do Cabo das Tormentas;
1498 -Vasco da Gama atinge as Índias ( Calicute );
1499 -viagem de Pedro Álvares Cabral ao Brasil.                                                                    1482-Chegada a voz do rio zaire
                                             As rivalidades Ibérica
              Portugal e Espanha, buscando evitar conflitos sobre os territórios descobertos ou a descobrir, resolveram assinar um acordo -proposto pelo papa Alexandre VI - em 1493: um meridiano passando 100 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde, dividindo as terras entre Portugal e Espanha. Portugal não aceitou o acordo e no ano de 1494 foi assinado o Tratado de Tordesilhas.
O tratado de Tordesilhas não foi reconhecido pelas demais nações européias.

                                        Inglaterra, França e Holanda.
O atraso na centralização política justifica o atraso destas nações na expansão marítima:
A Inglaterra e França envolveram-se na Guerra dos Cem Anos(1337-1453) e, após este longo conflito, a inglaterra passa por uma guerra civil - a Guerra das Duas Rosas ( 1455-1485 ); já a França, no final do conflito com a Inglaterra enfrenta um período de lutas no reinado de Luís XI (1461-1483).

Somente após estes conflitos internos é que ingleses, durante o reinado de Elizabeth I (1558-1603 ); e franceses, durante o reinado de Francisco I iniciaram a expansão marítima.
A Holanda tem seu processo de centralização política atrasado por ser um feudo espanhol. Somente com o enfraquecimento da Espanha e com o processo de sua independência é que os holandeses iniciarão a expansão marítima.
Foi neste clima que os europeus iniciaram a enviar missionários e aventureiros para o interior do continente africano, testemunhado por seguintes exemplos:
Ø  David Livingstone, Missionário Inglês que entre 1840 e 1873 em sucessivas viagens percorreu o curso do rio Zambeze, o Lago Niassa e a região de Tanganhica, atingindo as nascentes do rio Zaize, descobrindo o lago Ngoni.

Ø  Stanley, que em 1871 parte zanzibar em direcção ao lago Tanganhica à procura de Livingstone, atravessando a África Equatorial, da Costa Oriental (Zanzibar) à Costa Ocidental (foz do Zaire), entre 1875-1877.

Ø  Savogan Brazza, que em 1873, empreendeu o reconhecimento da região equatorial na Costa Ocidental Africana, a norte do rio Zaire e Niassalândia e reclamou a região do Congo para a França.

Ø  Serpa Pinto e Roberto Ivans Brito, fizeram viagens para o interior africano, partindo de Moçãmedes em Angola até Quelimane em Moçambique.

Ø  Carl Peters (1856-1881) explorou a região dos grandes lagos.
Ø   Richard BurtonJohn Speke e James Augustus Grant descobriram os grandes lagos centrais e a nascente do Rio Nilo

…………………………………………………………………………………….

A CONFERÊNCIA DE BERLIM

Face a tensão que se vivia na época, sobre a partilha de África, o CHANCELER       OTTO VON BISMARCK convocou, sob a proposta de Portugal, a CONFERENCIA DE BERLIM que ocorreu de 19 de Novembro 1884 a 26 de Fevereiro de 1885.
            Participaram da conferência 15 Paises (13 dos quais europeus), a Itália, França, Grã-Bretanha, Dinamarca, Espanha, Aleman
‘ha, Portugal, Bélgica, Holanda, Suécia, Rússia e Império Austro- Húngaro (actuais Áustria e Hungria), Estados Unidos, Império Otomano (actual Turquia).
Os Estados Unidos não possuíam uma colónia na África, (somente mais tarde a Libéria), mas eram uma potência em ascensão e tinham passado recentemente por uma guerra civil (1861-1865) relacionada com a abolição da escravatura naquele país.
A Turquia também não possuía colónias na África, mas era o centro do Império Otomano, com interesses no norte de África e os restantes países europeus que não foram “contemplados” na partilha de África, também eram potências comerciais ou industriais, com interesses indirectos naquele continente.
A Grã-Bretanha e a França foram os países que ocuparam o maior número de territórios, em seguida veio Portugal, Bélgica, Espanha, Itália – que, apesar de ter iniciado  tarde na corrida colonial, devido ao processo de unificação nacional pelo qual passava, nao parou
Vários temas foram abordados durante a Conferência, porém, o objectivo maior era a elaboração de um conjunto de regras que dispusessem sobre a conquista da África pelas potências coloniais da forma mais ordenada possível, mas que acabou resultando em uma divisão nada pacífica.
Durante a Conferência houve um momento de tensão muito sério devido a um plano apresentado por Portugal, conhecido como Mapa Cor-de-Rosa, no qual ele esboçou a intenção de ligar Angola a Moçambique a fim de aprimorar a comunicação entre as duas colónias e tornar mais fácil o comércio e o transporte de mercadorias.
A aprovação da ideia foi unânime, até o momento em que a Inglaterra, que Portugal considerava sua aliada, se opôs veementemente e ameaçou – por meio de um ultimato que ficou conhecido na história pelo nome de Ultimato Britânico de 1890 – declarar guerra a Portugal caso esse não desistisse de seus planos. Portugal agiu com bom senso, pois temendo represálias, abandonou a ideia.
Causas da conferência de Berlim
A causa primordial da conferência de Berlim, foi o conflito entre a Bélgica e a França sobre a região do Congo e a intenção da Alemanha em criar um império colonial em África.
Objectivos da conferência de Berlim
  • Obter um acordo de princípios entre as potências imperialistas/europeias para uma ocupação efectiva oficial;
  • Regular o comércio e a navegação nas bacias dos rios Níger e Congo.
·         organizar, na forma de regras, a ocupação de África pelas potências coloniais e resultou numa divisão que não respeitou, nem a história, nem as relações étnicas e mesmo familiares dos povos.
O Império Alemão, país anfitrião, não possuía colónias na África, mas, tinha esse desejo e viu-o satisfeito, passando a administrar o “Sudoeste Africano” (actual Namíbia) e o Tanganhica;
Principais deliberações tomadas na Conferência de Berlim
  • Decidiu-se que o comércio de todas as nações passaria a gozar de uma completa liberdade nas bacias dos rios Níger e Congo;
  • Reconhece-se o estado Congo-Belga como propriedade perticular do rei da Bélgica ;
  • Decidiu-se que todas as potências consignatárias deveriam abolir nas suas colónias o comércio de escravos;
  • Decidiu-se que em caso de dúvidas sobre a delimitação de fronteiras, devera-se resolver por meio de conversações;
  • Estabeleceu-se o princípio de ocupação militar, segundo o qual todas as potências que tivessem colónias em África deveriam ocupar político e militarmente as suas colónias sob risco de perdê-las. Assim, os territórios africanos deverão pertencer aos países que tivessem meios para os ocupar de facto.
Após a conferência, seguiu-se o processo de ocupação efectiva da África, segundo a cláusula de ocupação da África definida. Assim, a ocupação da África pelas potências europeias resultou numa autêntica partilha e divisão de África sem respeitar nem a história, nem as relações étnicas do continente.
 Formas usadas pelas potências imperialistas para a penetração e ocupação de África
Para a ocupação dos territórios africanos, as potências coloniais usaram diferentes formas de penetração, destacando-se as seguintes:
ü   Companhias militares e
ü  Companhias comerciais.
……………………………………………………………………………………

 OCUPAÇÃO EFECTIVA DE ÁFRICA
Após o reconhecimento, seguiu-se o processo de ocupação dos territórios reconhecidos, segundos os objectivos de cada potência. Esta corrida colonial ocorrida no último quartel do século XIX, veio agravar os conflitos já existentes entre as potências imperialistas, pela posse de zonas de influência para explorar mão-de-obra barata, matérias-primas e mercados consumidores dos produtos industrializados da Europa.
Principais conflitos internacionais entre as potências na conquista de colónias em África
A Inglaterra com a compra do cabo em 1815, tendo originado o conflito Anglo-boer, entre 1899-1902, disputando o controlo total de todas as regiões mineiras da África do sul. Entre Portugal e Inglaterra rebentou a guerra Luso-britânica, causada pela coincidência de projectos entre os dois países, pois Portugal pretendia materializar o seu projecto mapa-cor-de-rosa, segundo o qual Moçambique e Angola estariam geograficamente unidos, projecto este que ia contra os interesses de Cécil Rhodes, então comissário britânico, que pretendia construir uma linha férrea ligando o cabo ao cairo, para facilitar o escoamento das matérias-primas e dos produtos industrializados das colónias para a metrópole e vice-versa. Assim, a Inglaterra enviou um ultimato a 11 de Janeiro de 1890, num prazo de 48 horas pedindo a retirada das tropas portuguesas ali estacionadas. O não cumprimento deste ultimato implicaria o corte das relações diplomáticas entre os dois países. Com o eventual recurso ao uso da força e perante a impossibilidade de Portugal de enfrentar um inimigo tão poderoso, o governo português cedeu as regiões em causa na tarde do mesmo dia, principalmente nas regiões da Machonalândia e do Chire.
Para além dos dois conflitos do extremo centro e sul, também no extremo norte Portugal envolveu-se em guerra com a Alemanha que ocupava o Tanganhica, actual Tanzânia, a chamada guerra Luso-germânica sobre a fixação da fronteira norte de Moçambique. A Alemanha hasteou a sua imperial bandeira em ambas margens do rio Rovuma tendo penetrado em 1894, na margem sul, expulsando a reduzida guarnição portuguesa ali estacionada, substituindo-a por uma alemã. Entretanto, este projecto alemão não se efectivou em virtude da Alemanha ter saído derrotada na primeira guerra, pois havia uma cláusula definida na SDN segundo a qual, todas as potências derrotadas na primeira guerra Mundial deveriam perder todas as suas colónias e assim sendo, a Alemanha retirou-se nos territórios em causa.
Em 1904-1905, rebentou a guerra Russo-japonesa, envolvendo países como a Rússia e o Japão pelo controlo da Manchúria chinesa e da correia. A anexação da Bósnia e da herzegovina pela Áustria Hungria, levou a eclosão da guerra de 1912-1913, as chamadas duas guerras balcânicas. Nesta guerra, a Rússia choca-se com a Alemanha que pretendia construir uma linha férrea Berlim-Bisáncio-Bagdad (B-B-B). As rivalidades agudizavam cada vez mais, levando a formação de alianças militares.
Esta crescente luta era causada pela obtenção de zonas de influências donde poderia se obter matérias-primas a preço mais baixo, mão-de-obra barata e mercado para a venda dos seus produtos industriais
Incidente de Fachoda de 1898 foi um dos conflitos cruciais para que a Europa consolidasse suas possessões no continente africano. Levou ao Reino Unido e França à margem de uma guerra porém culminou em uma grande vitória estratégica para o Reino Unido, e dispôs as bases para o "Entente cordiale" de 1904 entre as nações rivais. O conflito surgiu de algumas batalhas sobre o controle de certas regiões no Nilo, o que aconteceu foi que Reino Unido se expandiu até o Sudão. Os franceses se retiraram após um empate, e continuaram pressionando os reclamos de outros postos da região. Em março de 1899 os franceses e britânicos concordaram que os nascimentos dos rios Nilo e Congo marcaram a fronteira de seus domínios.
Ocupação britânica do Egipto e África do Sul

As ocupações no Egito e na Colônia do Cabo por parte do Reino Unidocontribuíram para a preocupação de se preservar a nascente do Rio Nilo. OEgito foi ocupado pelas forças britânicas em 1882 (mesmo que não havia sido declarado formalmente um protetorado até 1914, e nunca foi uma colónia);SudãoNigériaQuênia e Uganda foram subjugados na década de 1890 e no início da década de 1900; e no sul, a colônia do cabo, adquirida em 1795, proveu a base para a subjugação dos estados africanos vizinhos e os povoados holandeses que haviam abandonado o Cabo para evitar os britânicos e mais tarde fundariam suas próprias repúblicas. Em 1877Theophilus Shepstone anexou a República Sul Africana aos domínios britânicos.
 O Reino Unido consolidou seu poder sobre a maioria das colônias da África do Sul em1879 depois da Guerra Anglo-Zulu. Os bôeres protestaram e em Dezembro de1880 se revoltaram, fato que levou à Primeira Guerra dos Bôeres (1880-1902). O primeiro-ministro inglês William Ewart Gladstone assinou um tratado de paz em 23 de março de 1881, outorgando-lhes um governo livre. A Segunda Guerra dos Bôeres transcorreu entre 1899 e 1902; as repúblicas independentes do Estado Livre de Orange e a República Sul Africana foram derrotadas e anexadas ao Império Britânico
Colónias africanas por potência colonizadora
Alemanha
Camarões, Tanzania, Namíbia. Togo
Bélgica
Ruanda, Burundi, RDC.
Espanha
Guine Equatorial, Sara Ocidental
França
Argélia, Tunísia, Marrocos, Mauritânia, Senegal, Mali, Guine, Costa do Marfim, Nigéria, Burquina Faso, Benim, Gabão, R. do Congo, RCA,  Chade, Somália, Madagáscar, Comores, Djibuti
Itália
Líbia, Eritreia, Somália
Portugal
Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guine Bissau, São Tomé e Príncipe, São João de ajuda
Reino Unido
Egipto, Sudão, África do sul, Quénia, Uganda, Somália, Zimbabwe, Zâmbia, Botswana, Gâmbia, Serra  leoa, Nigéria, Camarões, Ghana, Malawi

Libéria; fundada pela Sociedade Americana de Colonização dos Estados Unidos em 1821. Declarou independência em 1847.

Etiópia (Abissínia); teve as suas fronteiras redefinidas com a Somália Italiana e a Somália Francesa (moderno Djibouti), fugazmente ocupada pela Itália entre 1936 e 1941 durante a Crise da Abissínia na Segunda Guerra Mundial.
Sudão; independente sob o domínio de Muhammad Ahmad entre 1885

Tiros e mentiras

A ocupação não se deu somente com a força das armas de fogo, que eram novidade para muitos dos povos subjugados. A trapaça foi largamente usada para a conquista e manutenção dos territórios. O rei Lobengula, do povo Ndebele, é um exemplo: assinou um contrato em que acreditava ceder terras ao magnata britânico Cecil Rhodes em troca de “proteção”. O problema é que o contrato firmado pelo rei não incluía a segunda parte do trato. O monarca nem percebeu, pois era analfabeto e não falava inglês. Apesar dos protestos de Lobengula, que acreditava que a palavra valia alguma coisa entre os recém-chegados, o governo da Inglaterra se fez de desentendido. Apoiou a exploração do território Ndebele, no atual Zimbábue, de onde Rhodes tirou toneladas de ouro.
O mais famoso entre os trapaceiros, no entanto, foi o rei Leopoldo II, que conseguiu passar a perna em africanos e europeus. Soberano de um pequeno país, a Bélgica, não tinha recursos nem homens para ocupar grandes territórios. Por isso, criou associações que se apresentavam como científicas e humanitárias, a fim de “proteger” territórios como a cobiçada foz do rio Congo. “Graças a hábeis manobras diplomáticas, ele conseguiu obter o reconhecimento, por todas as potências da época, de um ‘Estado Livre do Congo’, do qual ele seria o governante absoluto”.

Mas o principal método utilizado pelos europeus foi o bom e velho “dividir para dominar”. A idéia era se aproveitar da rivalidade entre dois grupos étnicos locais (ou criá-la, se fosse inexistente) e tomar partido de um deles. Com o apoio do escolhido, a quem davam armas e meios para subjugar os rivais, os europeus controlavam a população inteira. “Pode-se dizer que todas as potências conduziam a conquista da mesma forma: através da força bruta, dividindo para dominar e usando soldados que eram principalmente africanos e não europeus”.

SISTEMA COLONIAL EM AFRICA

Administração Directa: Portugal Bélgica, França.
Sem a participação dos chefes africanos tinham como regra geral o assimilacionismo que foi o fundamento da doutrina colonial francesa pois usavam uma língua e assumiam uma posição etnocêntrica.


Administração indirecta: britânicas, Alemães

OBJECTIVO: 1 desenvolver o sistema imperial britânico alemão.
2: Instaurar novas relações entre colonos e colonizados mesmo depois da independência.
…………………………………………………………………………

A Primeira Guerra Mundial

A Primeira Guerra Mundial (também conhecida como Grande Guerra antes de 1939, Guerra das Guerras ou ainda como a Última Guerra Feudal) foi um conflito mundial ocorrido entre Agosto de 1914 a 11 de Novembro de 1918. A guerra ocorreu entre a Tríplice Entente (liderada pelo Império Britânico, França, Império Russo (até 1917) e Estados Unidos (a partir de 1917) que derrotou a Tríplice Aliança (liderada pelo Império Alemão, Império Austro-Húngaro e Império Turco-Otomano). A guerra causou o colapso de quatro impérios e mudou de forma radical o mapa geo-político da Europa e do Médio Oriente.

Causas

- A rivalidade anglo-alemã: A origem dessa rivalidade entre a Inglaterra e a Alemanha foi a competição industrial e comercial. Em apenas três décadas, a contar de sua unificação, a Alemanha tornou-se uma grande potência industrial. Os produtos de suas fábricas tornaram-se mundialmente conhecidos, inclusive com enorme aceitação no mercado inglês. Fortalecidas, a Alemanha  e a Itália passaram a pressionar para que houvesse uma nova repartição do mundo colonial. A Inglaterra, por sua, vez, mostrava disposição em manter suas conquistas a qualquer custo.

-A rivalidade entre Alemanha e Inglaterra: Os Ingleses sempre dominaram os mares da europa  e os alemães, não gostavam nada disso. Iniciou-se uma corrida armamentista, desenvolvimento de navios de guerra, etc. A tensão aumentou quando a Inglaterra construiu o revolucionário encouraçado HMS Dreadnought:

- A rivalidade franco-alemã: Na França, o antigermanismo também era muito forte, devido à derrota francesa na Guerra Franco-Prussiana e à perda da Alsácia e da Lorena para a Alemanha.

- A rivalidade austro-russa: A Rússia desejava dominar o Império Turco-Otamano, a fim de obter uma saída para o mar Mediterrâneo, e, também, controlar a península Balcânica. Para justificar esse expansionismo, criou o pan-eslavismo movimente político segundo o qual a Rússia tinha o "direito" de defender e proteger as pequenas nações eslavas da península Balcânica.
- O nacionalismo: O nacionalismo, que se expandia rapidamente pela Europa na época, alimentado pelas guerras perdidas, rivalidades, e a mídia, contribuiu bastante para a Guerra. Os cidadãos da Sérvia e do Império Austro-Hungaro clamavam por uma guerra, para defender a sua honra.
-O assassinato :em 28 de Junho de 1914 o Arquiduque Francisco Ferdinando, sobrinho do Imperador Francisco José e herdeiro do trono Austro-Húngaro e sua esposa Sofia, duquesa de Hohenburg, foram assassinados em Sarajevo, então parte do Império Austro-Húngaro. A conspiração envolveu Gavrilo Princip, um estudante sérvio que fazia parte de um grupo de quinze assaltantes que formavam o grupo Bósnia Jovem, que atuava em conjunto com o grupo ultra-nacionalista Mão Negra.Após o assassinato, o governo Austro-Húngaro apoiado por seus aliados alemães enviou, em 23 de Julho, um ultimato contendo várias requisições, dentre as quais que o governo sérvio seria o responsabilizado pelo o atentado e que agentes austríacos fariam parte das investigações. Esta última requisição acabou sendo negada pela Sérvia, já que constituía na opinião do Estado uma afronta a sua soberania. Tal recusa sérvia também se deu pela esperança do apoio russo no caso de uma eventual guerra, pela política do Pan-eslavismo. Com isso o Império Austro-Húngaro declarou guerra à Sérvia em 28 de Julho.
             Alemanha declarou guerra à Rússia em 1 de Agosto e a França dois dias depois, invadindo imediatamente Luxemburgo e Bélgica para dominar fortificações ao longo da fronteira francesa. A invasão da Bélgica levou à declaração de guerra britânica contra a Alemanha em 4 de Agosto. Com essa declaração cinco das seis grande potências européias se envolveram na primeira guerra européia desde as Guerras Napoleónicas.

Na década de 20, a explicação mais usada para a guerra foi a de que a Alemanha começou atacando e invadindo a Bélgica no dia 3 de agosto de 1914, e os Austro-Húngaros invadiram a Sérvia dia 29 de Julho do mesmo ano.

                                            O sistema de alianças

           O aumento das tensões podia ser verificado desde o final do século XIX. Os países europeus procuravam então organizar os exércitos, produzir armamentos e fazer acordos entre si para garantir força na disputa.

            Tríplice Aliança - Reunia o Império Alemão, o Império Áustro-Húngaro e a Itália, desde 1882, com o objectivo de enfrentar o expansionismo francês na Europa.
Iniciada a Guerra, a Itália declarou-se neutra e posteriormente apoiou a França, o Império Otomano aliou-se a Alemanha e por suas rivalidades com a Rússia. A Bulgária, que tinha grandes interesses na Península Balcânica, também se alia à Alemanha.

           Tríplice Entente - Tem por base a Entente Cordiale, formada em 1904 pela Grã Bretanha e pela França para opor-se ao expansionismo alemão. Em 1907, com a adesão da Rússia, ela se transforma na Tríplice Entente. Durante a guerra, outras 24 nações incorporam-se à Entente, formando uma ampla coalizão chamada de Aliados.

                                             As fases da Guerra 
1) GUERRA DE MOVIMENTOS: ou seja, durante os primeiros meses da guerra, até o início de 1915, a característica marcante foi o deslocamento constante das tropas, o que, em princípio, parece lógico para uma guerra. Os principais ataques foram realizados pela Alemanha que procurou neutralizar os russos na frente oriental enquanto avançou sobre a França no lado ocidental. O avanço sobre a França foi fulminante, a partir da tática definida no Plano Schliffen, ocupando primeiro a Bélgica, para penetrarem em território francês pelo norte. A invasão da Bélgica foi usado pela Inglaterra como pretexto para entrar na Guerra. Ao mesmo tempo, ingleses e franceses lançaram uma ofensiva na África, tomando territórios da Alemanha.
Vale lembrar que a Itália, até então aliada da Alemanha e Áustria, declarou-se neutra e não participou da guerra nesta primeira fase.

2) GUERRA DE TRINCHEIRAS: é reflexo de uma situação de equilíbrio de forças, fazendo com que os exércitos procurassem garantir suas posições, preparando novas conquistas. Esse foi um longo período, até 1917, caracterizado por grande desgaste: elevada mortalidade, grande destruição, elevados gastos financeiros. Na tentativa de conseguir vantagens, os países envolvidos na guerra procuraram desenvolver novos armamentos ( canhões de longo alcance, tanques, aviões, submarinos....) criando novas tecnologias eu pudessem ser aplicadas na guerra. Em 1915 os italianos entraram na Guerra junto aos aliados, com a promessa de que receberia parte das colônias alemãs. A situação da Itália na guerra deve ser destacada, para compreendermos posteriormente seus maiores problemas.

Resistiu até 1917,quando teve seu território invadido pela Áustria, provocando grande destruição, principalmente no norte, área mais povoada e desenvolvida.O ano de 17 marca mudanças importantes, quando os alemães passaram a utilizar a guerra submarina. Os ataques a navios mercantes norte americanos foi usado como pretexto para o Ingresso dos EUA na Guerra.
Muitos consideram que o ingresso norte americano foi fundamental para o fim do conflito, porém é importante lembrar que os EUA estiveram até então como observadores, não havia guerra na América e a industria do país crescia em ritmo muito acelerado.

Nesse ano ainda a Rússia sai da guerra devido a ascensão dos bolcheviques ao poder. A decisão unilateral fez com que a Alemanha invadisse o território russo, no entanto, em março de 1918 os dois países assinaram o Tratado de Brest-Litovski selando o fim da guerra entre ambos.

                                         O FINAL DA GUERRA

Os alemães procuraram jogar todas as suas forças na frente ocidental, porém começava a ficar isolada, comprometendo o abastecimento do país. A derrota da Turquia e da Bulgária comprometeu o transporte de produtos para a Europa Central. Em setembro de 1918 as forças aliadas desfecharam uma grande ofensiva contra os alemães, que foram obrigados a recuar. No interior do país aumentava o descontentamento e as pressões sobre o Imperador, que acabou por abdicar.
           A  Alemanha assina o armistício com os Aliados em 11 de novembro de 1918, depois de uma revolução conduzida por social-democratas (socialistas) e comunistas ter proclamado a República no dia 9. Os Aliados impõem condições bastante duras para aceitar a cessação de fogo.

A Conferência de Paz de Paris, reuniu todos os países beligerantes, excepto a Rússia. Durante seus trabalhos, a Itália, insatisfeita em suas pretensões coloniais, retirou-se. Em junho, Estados Unidos, França e Inglaterra, denominados os “Três Grandes” impuseram à Alemanha o Tratado de Versalhes, com pesadas cláusulas territoriais, militares e financeiras. Nos meses subsequentes, outros tratados são impostos à Áustria, Bulgária e Hungria. Esses tratados criam graves problemas para o futuro, pois colocam várias minorias étnicas dentro das fronteiras de alguns dos novos Estados surgidos na Europa.
……………………………………………………………….

                                O que foi o Tratado de Versalhes

        Assinado em 28 de junho de 1919, o Tratado de Versalhes foi um acordo de paz assinado pelos países europeus, após o final da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Neste Tratado, a Alemanha assumiu a responsabilidade pelo conflito mundial, comprometendo-se a cumprir uma série de exigências políticas, econômicas e militares.          

       Estas exigências foram impostas à Alemanha pelas nações vencedoras da Primeira Guerra, principalmente Inglaterra e França. Em 10 de janeiro de 1920, a recém criada Liga das Nações (futura ONU) ratificou o Tratado de Versalhes.


          Algumas exigências impostas à Alemanha pelo Tratado de Versalhes:

- Reconhecimento da independência da Áustria;
- Devolução dos territórios da Alsácia-Lorena à França;
- Devolução à Polônia das províncias de Posen e Prússia Ocidental;
- As cidades alemãs de Malmedy e Eupen passariam para o controle da Bélgica;
- A província do Sarre passaria para o controle da Liga das Nações por 15 anos;
- A região da Sonderjutlândia deveria ser devolvida à Dinamarca
- Pagamento aos países vencedores, principalmente França e Inglaterra, uma indenização pelos prejuízos causados durante a guerra. Este valor foi estabelecido em 269 bilhões de marcos.
- Proibição de funcionamento da aeronáutica alemã (Luftwaffe)
- A Alemanha deveria ter seu exército reduzido para, no máximo, cem mil soldados;
- Proibição da fabricação de tanques e armamentos pesados;
- Redução da marinha alemã para 15 mil marinheiros, seis navios de guerra e seis cruzadores;

                                       A posição dos Estados Unidos

       Os Estados Unidos não ratificaram o tratado. As eleições para o Senado em 1918 deram a vitória ao Partido Republicano (49 contra 47 lugares), que assumiu o controlo do Senado e por duas vezes bloqueou a ratificação (a segunda vez em 19 de março de 1920), favorecendo o isolamento do país opondo-se à Sociedade das Nações. Outros senadores queixaram-se da quantidade excessiva de reparações a que a Alemanha era obrigada. Como resultado, os Estados Unidos nunca aderiram à Sociedade das Nações e negociaram em separado uma paz com a Alemanha: o Tratado de Berlim de 1921, que confirmou a pagamento de indenizações e de outras disposições do Tratado de Versalhes, mas excluiu explicitamente todos os assuntos relacionados com a Sociedade das Nações.
                                                      Consequências 

          As fortes imposições do Tratado de Versalhes à Alemanha, fez nascer neste país um sentimento de revanchismo e revolta entre a população. A indemnização absurda enterrou de vez a economia alemã, já abalada pela guerra. As décadas de 1920 e 1930 foram marcadas por forte crise moral e económica na Alemanha (inflação, desemprego, desvalorização do marco). Terreno fértil para o surgimento e crescimento do nazismo que levaria a Alemanha para um outro conflito armado, a Segunda Guerra Mundial.
…………………………………………………………………………………………….
FASCISMO
Origens :Na Itália, depois da guerra, reinava descontentamento, desemprego, inflação, miséria. Os camponeses, arruinados, ocupavam as terras. Os operários, as usinas. O governo era impotente para deter a anarquia e o caos económico. O seu ideal era o "Estado Total". Liquidou a "Questão Romana" pelo Tratado de Latrão de 1929.
Características do Fascismo
a) Corporativismo: em que os sindicatos patronais e trabalhistas são os mediadores das relações entre o capital e o trabalho.
b) Totalitarismo: o Estado controla todos os setores da sociedade.
c) Nacionalismo.
d) Militarismo.  
e) Mono partidarismo.  

f) Combate ao socialismo e ao comunismo por os considerar destruidores dos valores morais.
g) Autoritarismo
i) Os interesses opostos seriam resolvidos mediante total subordinação do cidadão ao Estado, exigindo-se uma lealdade incondicional ao líder no poder.
         Foi uma forma de governo autoritária, cujo auge deu-se na década de 1920-30 e que pretendia ter rígido controle da vida nacional e dos indivíduos de acordo com ideais nacionalistas e militaristas.

         Na Itália o Fascismo surge como regime político de caráter autoritário do período entre-guerras (1919-1939). Originalmente é empregado para denominar o regime político implantado pelo italiano Benito Mussolini.
         O fascismo nasce oficialmente em 1919, em Milão, quando Mussolini funda o movimento intitulado Fascio ( um feixe de varas atadas a um eixo, que representavam a unidade cívica e a autoridade dos oficiais romanos para castigar os delinquentes).
cujos integrantes, os camisas pretas (camicie nere), se opõem à classe liberal.

           Em 1922, as milícias fascistas desfilam na Marcha sobre Roma.
Pretendem tomar o poder militarmente e ocupam prédios públicos e estações ferroviárias, exigindo a formação de um novo gabinete.

        Mussolini é convocado para chefiar o governo do país, que atravessa profunda crise econômica, agravada por greves e manifestações de trabalhadores.

        Por meio de fraudes, os fascistas conseguem maioria parlamentar. Em seguida, Mussolini dissolve os partidos de oposição, persegue parlamentares oposicionistas e passa a governar por decretos.
As características do regime são cerceamento da liberdade civil e política, unipartidarismo, derrota dos movimentos de esquerda e limitação ao direito dos empresários de administrar sua força de trabalho.

Fascismo

       Em 1922, Mussolini chegou ao governo italiano ameaçando um golpe de Estado caso suas exigências fossem recusadas.
No começo, governou de maneira constitucional, liderando uma coalizão de partidos, da qual se desfez tão logo superou os obstáculos que limitavam a sua autoridade e implantou uma ditadura.

O FASCISMO EM OUTROS PAÍSES

        O regime de Mussolini serviu como modelo de fascismo nos anos vinte e trinta. A Grande Depressão e o fracasso dos governos democráticos ao abordar as conseqüentes dificuldades econômicas e o desemprego em massa alimentaram o surgimento de movimentos fascistas em todo o mundo. No entanto, o fascismo nos outros países se diferenciava em certos aspectos da modalidade italiana.

         O nacional-socialismo alemão era mais racista; na Romênia, o fascismo se aliou à Igreja ortodoxa, não à Igreja católica apostólica romana.
Inicialmente, o grupo fascista Falange da Espanha era hostil à Igreja católica romana, embora no governo do ditador Francisco Franco tenha se unido a elementos reacionários e pró-católicos. O fascismo desfrutou de um maior êxito no período entreguerra nos países do leste e do sul da Europa.

     A derrota da Alemanha e da Itália na II Guerra Mundial tirou a credibilidade do fascismo na Europa no período pós-guerra.
    O único governo de caráter fascista que chegou ao poder no período pós-guerra foi o de Juan Domingo Perón, eleito presidente da Argentina em 1946.
Perón contava com o apoio da classe trabalhadora e tinha poucas semelhanças com o fascismo de pré-guerra europeu.
Países como a Espanha e Portugal, cujos governos fascistas se mantiveram no poder depois da guerra, passaram do totalitarismo ao autoritarismo e atenuaram os seus traços fascistas.
   
      Com a recuperação económica do pós-guerra, diminuiu o descontentamento social que havia colaborado para a expansão do fascismo na época do pré-guerra.
    Em consequência, na maioria dos países democráticos, o fascismo parecia relegado ao ostracismo permanente em uma menosprezada faixa política.
As décadas de 1980 e 1990 trouxeram um inesperado renascimento do fascismo em algumas democracias ocidentais, geralmente chamado de neofascismo.
Ele conheceu diferentes formas e destinos nesses países, mas mostrou uma antipatia racista em relação ao Terceiro Mundo e uma desilusão generalizada em relação aos partidos políticos estabelecidos.
Esses foi uns dos piores momentos em que o mundo já se encontrou.
…………………………………………………………………………….

Grande Depressão

Grande Depressão, também chamada por vezes de Crise de 1929, foi uma grande depressão econômica que teve início em 1929, e que persistiu ao longo da década de 1930, terminando apenas com a Segunda Guerra Mundial. A Grande Depressão é considerada o pior e o mais longo período de recessão económica do século XX. Este período de depressão económica causou altas taxas de desemprego, quedas drásticas do produto interno bruto de diversos países, bem como quedas drásticas na produção industrial, preços de ações, e em praticamente todo medidor de atividade econômica, em diversos países no mundo.

O dia 24 de outubro de 1929 é considerado popularmente o início da Grande Depressão, mas a produção industrial americana já havia começado a cair a partir de julho do mesmo ano, causando um período de leve recessão econômica que se estendeu até 24 de outubro, quando valores de ações na bolsa de valores de Nova Iorque, a New York Stock Exchange, caíram drasticamente, desencadeando a Quinta-Feira Negra.              
Assim, milhares de acionistas perderam, literalmente da noite para o dia, grandes somas em dinheiro. Muitos perderam tudo o que tinham. Essa quebra na bolsa de valores de Nova Iorque piorou drasticamente os efeitos da recessão já existente, causando grande deflação e queda nas taxas de venda de produtos, que por sua vez obrigaram o fechamento de inúmeras empresas comerciais e industriais, elevando º´assim drasticamente as taxas de desemprego. O colapso continuou na segunda-feira negra (o dia 28 de outubro) e terça-feira negra (o dia 29).[2]

Os efeitos da Grande Depressão foram sentidos no mundo inteiro. Estes efeitos, bem como sua intensidade, variaram de país a país. Outros países, além dos Estados Unidos, que foram duramente atingidos pela Grande Depressão foram a Alemanha,Países BaixosAustráliaFrançaItália, o Reino Unido e, especialmente, o Canadá. Porém, em certos países pouco industrializados naquela época, como a Argentina e oBrasil (que não conseguiu vender o café que tinha para outros países), a Grande Depressão acelerou o processo de industrialização. Praticamente não houve nenhum abalo na União Soviética, que tratando-se de uma economia socialista, estava econômica e politicamente fechada para o mundo capitalista.
Os efeitos negativos da Grande Depressão atingiram seu ápice nos Estados Unidos ´xem 1933. Neste ano, o Presidente americanoFranklin Delano Roosevelt aprovou uma série de medidas conhecidas como New Deal.[3]
Essas políticas econômicas, adotadas quase simultaneamente por Roosevelt nos Estados Unidos e por Hjalmar Schacht[4] naAlemanha foram, três anos mais tarde, racionalizadas por Keynes em sua obra clássica.[5]
O New Deal, juntamente com programas de ajuda social realizados por todos os estados americanos, ajudou a minimizar os efeitos da Depressão a partir de 1933. A maioria dos países atingidos pela Grande Depressão passaram a recuperar-se economicamente a partir de então. Em alguns países, a Grande Depressão foi um dos fatores primários que ajudaram a ascensão de regimes de extrema-direita, como os nazistas comandados por Adolf Hitler na Alemanha. O início da Segunda Guerra Mundial terminou com qualquer efeito remanescente da Grande Depressão nos principais países atingidos.
Causas da Grande Depressão
Com o fim da Primeira Guerra Mundial, os países europeus encontravam-se devastados, com a economia enfraquecida e com forteretração de consumo, que abalou a economia mundial. Os Estados Unidos por sua vez, lucraram com a exportação de alimentos e produtos industrializados aos países aliados no período pós-guerra. Como resultado disso, entre 1918 e 1928 a produção norte-americana cresceu de forma estupenda. A prosperidade econômica gerou o chamado "american way of life" (modo de vida americano). Havia emprego, os preços caíam, a agricultura produzia muito e o consumo era incentivado pela expansão do crédito e pelo parcelamento do pagamento de mercadorias. Porém, a economia europeia posteriormente se restabeleceu e passou a importar cada vez menos dos Estados Unidos. Com a retração do consumo na Europa, as indústrias norte-americanas não tinham mais para quem vender. Havia mais mercadorias que consumidores, ou seja, a oferta era maior que a demanda; consequentemente os preços caíram, a produção diminuiu e logo o desemprego aumentou. A queda dos lucros, a retração geral da produção industrial e a paralisação docomércio resultou na queda das ações da bolsa de valores e mais tarde na quebra da bolsa. Portanto, a crise de 1929 foi uma crise de superprodução.[6]
Teorias primárias incluem a quebra da bolsa de valores de 1929, a decisão de Winston Churchill em fazer com que o Reino Unido passasse a usar novamente o padrão-ouro em 1925, que causou maciça deflação ao longo do Império Britânico, o colapso docomércio internacional,
 Atualmente, a teoria mais em voga entre os economistas é de Peter Temin. Segundo Temin, a Grande Depressão foi causada por política monetária catastroficamente mal planejada pela Reserva Monetária dos Estados Unidos da América, nos anos que precederam a Grande Depressão. A política de reduzir as reservas monetárias foi uma tentativa de reduzir uma suposta inflação, o que de fato somente agravou o principal problema na economia americana à época, que não era a inflação e sim a deflação
A Grande Depressão nos Estados Unidos da América
Com a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque de 1929, bancos e investidores perderam grandes somas em dinheiro. A situação dos bancos era agravada pelo fato que muitos destes bancos haviam emprestado grandes somas de dinheiro a fazendeiros. Após o início da Grande Depressão, porém, estes fazendeiros tornaram-se incapazes de pagar suas dívidas. Isto, por sua vez, causou a queda dos lucros destas instituições financeiras. Pessoas que utilizavam-se de bancos, temendo uma possível falência destes, removeram destes os seus fundos. Assim, várias instituições bancárias foram fechadas. O total de instituições bancárias fechadas durante a década de 1920 e de 1930 foi de 14 mil, um índice astronómico.
Em 17 de maio de 1930, o governo dos Estados Unidos aprovou uma lei, o Ato Tarifário Smoot-Hawley, que aumentava as tarifas alfandegárias em cerca de 20 mil itens não-perecíveis estrangeiros
As taxas de desemprego subiram de 9% em 1930 para 16% em 1931, e 25% em 1933. Durante a década de 1930, a taxa de desemprego nos Estados Unidos não retornaria mais às taxas de 9% de 1930, se mantendo em perto da casa dos 20%.
1933 foi o ápice da Grande Depressão nos Estados Unidos da América. As taxas de desemprego eram de 25% (ou um quarto de toda a força de trabalho americana). Cerca de 30% dos trabalhadores que continuaram nos seus empregos foram obrigados a aceitar reduções em seus salários, embora grande parte dos trabalhadores empregados tenham tido um aumento nos seus salários por hora. Outro problema enfrentado foi a grande deflação - queda do preço dos produtos e custo de vida em geral. Entre 1929 e 1933, os preços dos produtos industrializados não-perecíveis em geral nos Estados Unidos caíram em cerca de 25%. Já o preço de produtos agro-pecuários caiu em cerca de 50%, por causa do excedente da produção destes produtos - primariamente trigo. A quantidade destes produtos à venda excedia largamente a demanda, o que causou uma queda dos preços destes produtos. Os baixos preços levaram ao endividamento de muitos fazendeiros. Era comum casos de suicídio por parte de empresários, accionistas e investidores em geral, que haviam perdido tudo o que possuíam;      E também por parte de outros civis, que, com a crise, se haviam endividado e/ou não possuíam forma alguma de sustento devido ao fato de estarem desempregados.
Combate à Grande Depressão e o fim da recessão nos EUA
Roosevelt saiu vencedor da eleição, tornando-se presidente dos Estados Unidos em 4 de março de 1933. Roosevelt, ao contrário de Hoover, acreditava que o governo americano era o principal responsável para lutar contra os efeitos da Grande Depressão. Em uma sessão legislativa especial, sessão conhecida como Hundred Days ("Cem Dias"), Roosevelt, juntamente com o congresso americano, criaram e aprovaram uma série de leis que, por insistência do próprio Roosevelt, foram nomeadas de New Deal ("Novo Acordo"). Estas leis forneceriam ajuda social às famílias e pessoas que necessitassem, forneceriam empregos através de parcerias entre o governo, empresas e os consumidores, e reformou o sistema econômico e governamental americano, de modo a evitar que uma recessão deste gênero ocorresse futuramente.
Diversas agências governamentais foram criadas para administrar os programas de ajuda social. A mais importante delas foi a Federal Agency Relief Administration, criada em 1933, que seria responsável pelo fornecimento de fundos aos governos estatais, para que estes empregassem tais fundos em programas de ajuda social. Outros órgãos governamentais similares foram criados com o intuito de fundear, administrar e/ou empregar trabalhadores na área de construção de aeroportosescolashospitais,pontes e represas. Estes projetos federais forneceram milhões de empregos aos necessitados, embora as taxas de desemprego continuassem altas durante toda a década de 1930.
Por fim, outros órgãos federais foram criados com o intuito de supervisionar reformas trabalhistas e financeiras. O Federal Deposit Insurance Corporation foi criado em 1933 com o intuito de promover transações e o comércio bancário. O Securities and Exchange Commission, criado em 1934, regulava o comércio de bolsa de valores e evitava que acionistas comprassem ações que o órgão considerassem "perigosas".
O New Deal ajudou a minimizar os efeitos da Grande Depressão nos Estados Unidos da América. A economia americana gradualmente, mas lentamente, passou a recuperar-se, desde 1933. O governo americano também diminuiu as tarifas alfandegárias em certos produtos estrangeiros, assim estimulando o comércio doméstico. Ao longo da década de 1930, os Estados Unidos gradualmente abandonaram o uso do padrão-ouro, decidindo ao invés disso, fortalecer a moeda nacional, o dólar, o que também ajudou na recuperação da economia americana. A produção de comodidades, tais como automóveis, voltaria aos patamares de 1929, porém, somente após o fim da guerra, como a produção de automóveis, por exemplo 1949 - a maior parte da matéria-prima na época possuía prioridade pela indústria bélica nacional.
A Grande Depressão em outros países
Canadá
À parte dos Estados Unidos da América, o Canadá foi o país mais duramente atingido pela Grande Depressão. O Canadá, ainda oficialmente parte do Império Britânico, usava ativamente o padrão-ouro. Isto, aliado com os estreitos laços econômicos existentes entre o Canadá e os Estados Unidos (muito dos produtos fabricados no Canadá eram exportados para os Estados Unidos, por exemplo), fez com que o colapso da economia americana após a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque rapidamente afetasse o Canadá. O colapso econômico canadense é considerado o segundo mais acentuado da Grande Depressão, atrás somente do colapso da economia dos próprios Estados Unidos da América.
A economia do Canadá também dependia da exportação de certos produtos industrializados tais como automóveis. Com a Grande Depressão, as exportações canadenses aos Estados Unidos caíram drasticamente. A queda na produção industrial canadense, por sua vez, significou a demissão de grandes quantidades de trabalhadores.
Em 1933, 30% da força de trabalho canadense estava desempregado, deflação ocorreu, reduzindo salários e preços de produtos e reduziu investimentos. Em 1932, a produção industrial canadense havia caído para 58%, em relação à produção industrial em 1929. Foi somente com a entrada do país na Segunda Guerra Mundial, em 1939, que os efeitos da Grande Depressão teriam fim no país.
Reino Unido
Quando a Grande Depressão teve início nos Estados Unidos, em 1929, diversos países no mundo inteiro criaram ou aumentaram tarifas alfandegárias, o que causou uma grande diminuição nas exportações de produtos britânicos. A taxa de desemprego saltou de 8% para 20% no final de 1930. O Reino Unido cortou gastos públicos - que incluíram fundos dados para programas de ajuda social aos desempregados. Em 1931, mais cortes em salários e programas de ajuda social foram realizadas, e o imposto de renda nacional, foi aumentado. Estas medidas somente pioraram a situação sócio-econômica do país, e em 1932, ápice da Grande Depressão no Reino Unido, as taxas de desemprego eram de 25%. Foi somente com o abandono do padrão-ouro e a instalação de tarifas alfandegárias para produtos importados de qualquer país que não fossem parte do Império Britânico, que a economia britânica passou a gradualmente recuperar-se.
Alemanha
Quando a Grande Depressão teve início em 1929, o governo alemão acreditou que cortes em gastos públicos iriam estimular o crescimento econômico do país, assim cortando drasticamente gastos estatais, incluindo no setor social. O governo alemão esperava e acreditava que a recessão, inicialmente, iria deteriorar a Alemanha sócio-economicamente, esperando com o tempo, porém, a melhoria da estrutura sócio-econômica do país, sem intervenção do governo. A República de Weimar cortou completamente todos os fundos públicos ao programa de ajuda social para desempregados - o que resultou em maiores contribuições pelos trabalhadores e menores benefícios aos desempregados - entre outros cortes no setor social. Quando a recessão chegou ao seu auge em 1932, a República de Weimar perdera toda sua credibilidade junto à população alemã, fator que facilitou a ascensão do fuhrer Adolf Hitler no governo do país, em 1933, marcando o fim da República de Weimar e o início de um período de crescimento sócio-economico alemão, conhecido como III Reich.
Ásia
Ásia também foi afetada negativamente com a Grande Depressão, por causa da dependência da economia de diversos países asiáticos em relação à exportação de produtos agrários à Europa e à América do Norte. O comércio internacional asiático caiu drasticamente, na medida em que os Estados Unidos e a Europa foram cercadas pela recessão. Instalações comerciais e industriais asiáticas responderam através de demissões e redução nos salários. O PIB do Japão, com uma base industrial em crescimento, sofreu uma queda de 8% entre 1929 e 1930. As taxas de desemprego e de pobreza cresceram drasticamente, afetando desproporcionalmente as classes inferiores. Esta foi uma das causas da ascensão do nacionalismo japonês. O Japão recuperou-se da crise em 1932.
A vida durante a Grande Depressão
A pobreza e o desemprego cresceram muito em razão da crise de 1929 Por isso, a maior parte da população dos países mais afectados pela Grande Depressão cortaram todo e qualquer tipo de gasto considerado supérfluo, agravando os efeitos da recessão na economia destes países.
Por causa da Grande Depressão, milhões de pessoas nas cidades perderam seus empregos, nos países mais atingidos pela recessão. Sem fonte de renda, estas pessoas não tinham mais como sustentar a si próprios e suas famílias. A maioria das residências destas famílias, por sua vez, eram alugadas ou, ainda estavam sendo pagas através de prestações. Como consequência, milhares de famílias eventualmente foram expulsas de suas residências, por não terem como pagar os aluguéis ou as prestações de sua casa. Além disso, o desemprego fez com que a subnutrição tornasse-se comum entre a população dos países mais atingidos. Milhares de pessoas morreram por causa da subnutrição.
Algumas pessoas e famílias sem fonte de renda mudaram-se para a residência de parentes, quando perdiam suas residências. A maioria destas famílias, porém, instalou-se em favelas. Abrigos rústicos feitos com telas de metais, madeira e papelão tornaram-se comuns em áreas vadias das grandes cidades dos países mais atingidos. As condições de vida nestas favelas eram precárias.
A indústria agropecuária de diversos países - especialmente os Estados Unidos e o Canadá - foi duramente atingida pela Grande Depressão. Nos Estados Unidos, muitos fazendeiros endividaram-se pesadamente, e vários foram forçados a cederem suas terras para instituições bancárias.
……………………………………………………………………………………………

A Alemanha após a Crise de 1929 - Um terreno fértil para as idéias do Nazismo.

Vejamos primeiro a situação que se encontrava a Alemanha. A assinatura do tratado de Versalhes no final da Primeira Guerra Mundial deixou a Alemanha humilhada e despojada de suas possessões. Perdeu seus territórios coloniais e, na Europa, a Alsácia-Lorena e a Prússia Oriental. Os países vencedores limitaram o tamanho do Exército e da Marinha alemães, e o país foi obrigado a pagar pesadas indenizações de guerra que logo provocaram o colapso da economia e causaram desemprego em massa. A situação tornou-se catastrófica após a crise do capitalismo - A crise de 1929.

Assim, foi numa Alemanha envenenada pelo descontentamento que Adolf Hitler ergueu a voz pela primeira vez. Apelando para a convicção do povo alemão, brutalmente oprimidos pelos vencedores da guerra, logo conseguiu uma larga audiência. Falava de grandeza nacional (nacionalismo) e da superioridade racial nórdica (raça superior), denunciava judeus (segregacionismo) e comunistas como aqueles que haviam apunhalado a Alemanha pelas costas e levado o país à derrota. Hitler tentou um fracassado golpe denominado de "putsh" que resultou na sua prisão. Encarcerado elaborou o programa que continha a ideologia central do nazismo descrito na obra "Mein Kempf" (Minha Luta).  Através do programa intensivo de propaganda criou o Partido Nacional-Socialista (Partido Nazista) com ascensão meteórica já que 1932 tinha 230 lugares no Parlamento alemão e cerca de 13 milhões de adeptos.

Em 1934, o poder de Hitler tornou-se absoluto. No verão deste mesmo ano, eliminou implacavelmente os rivais e, desprezando a regra de lei, estabeleceu um regime totalitário.
"Exigimos terras para alimentar o nosso povo e nelas instalar nossa população excedente".

Este brado do programa do Partido Nacional Socialista (NAZI), começa a ser posto em prática. A preocupação primária de Hitler durante esse período foi com a necessidade alemã de Lebensraum, expressão alemã que significa espaço vital, um dos itens principais do programa do partido nazista. Para transpor a condição de nação de segunda categoria para principal potência mundial, era primordial espaço para expandir-se, e se precisava comportar uma população em rápido crescimento exigindo prosperidade, necessitava de terras para cultivo e matérias-primas para energia e indústria. Foram com estas justificativas que Hitler e o nazismo cooptaram milhões de seguidores a sua causa esquizofrênica.
A  Alemanha não havia se recuperado da Primeira Guerra. Sua população continha um imenso número de desempregados, altas taxas de inflação, havia muitos protestos de operariados influenciados pela Revolução Russa, e ainda estava presa as imposições do Tratado de Versalhes.
…………………………………………………………………………………..
Organização das Nações Unidas
.
Organização das Nações Unidas (ONU), é uma organização internacional cujo objectivo declarado é a - Defesa dos direitos fundamentais do ser humano;
- Garantir a paz mundial, colocando-se contra qualquer tipo de conflito armado;
- Busca de mecanismos que promovam o progresso social das nações;
- Criação de condições que mantenham a justiça e o direito internacional.

 A ONU foi fundada em 1945 após a Segunda Guerra Mundial para substituir a Liga das Nações, com o objectivo de deter guerra entre países e para fornecer uma plataforma para o diálogo. Ela contém várias organizações subsidiárias para realizar suas missões.
Existem actualmente 193 países-membros, incluindo quase todos os Estados soberanos do mundo. De seus escritórios em todo o mundo, a ONU e suas agências especializadas decidem sobre questões dessubstantivas e administrativas em reuniões regulares ao longo do ano. A organização está dividida em instâncias administrativas, principalmente: a Assembleia Geral (assembleia deliberativa principal); o Conselho de Segurança (para decidir determinadas resoluções de paz e segurança); o Conselho Económico e Social (para auxiliar na promoção da cooperação económica e social internacional e desenvolvimento); o Secretariado (para fornecimento de estudos, informações e facilidades necessárias para a ONU), o Tribunal Internacional de Justiça (o órgão judicial principal).
 Além de órgãos complementares de todas as outras agências do Sistema das Nações Unidas, como a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Programa Alimentar Mundial(PAM) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). A figura mais publicamente visível da ONU é o Secretário-Geral, cargo ocupado desde 2007 por Ban Ki-moon, da Coreia do Sul. A organização é financiada por contribuições voluntárias dos Estados-membros, e tem seis línguas oficiais:árabechinêsinglêsfrancêsrusso e espanhol.

O termo "Nações Unidas" foi usado pela primeira vez em 1 de janeiro de 1942 por Winston Churchill e Franklin D. Roosevelt em Washington, quando 26 governos assinaram a Carta do Atlântico, comprometendo-se a continuar o esforço de guerra.[5] Em 25 de abril de 1945, a Conferência das Nações Unidas sobre Organização Internacionalcomeçou em São FranciscoEstados Unidos, reunindo 51 governos e um número deorganizações não governamentais envolvidas na elaboração da Carta das Nações Unidas. A ONU entrou oficialmente em existência em 24 de Outubro de 1945 após a ratificação da Carta pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (FrançaRepública da ChinaUnião SoviéticaReino Unido e os Estados Unidos) e pela maioria dos outros 46 países signatários. As primeiras reuniões da Assembleia Geral, com 51 nações representadas, e do Conselho de Segurança, tiveram lugar em Westminster Central Hall, em Londres em janeiro de 1946.[6]
Organização
Quatro dos cinco órgãos principais estão localizados na sede principal das Nações Unidas em território internacional em Nova Iorque. O Tribunal Internacional de Justiça está localizado em Haia, nos Países Baixos, enquanto outras grandes agências estão baseadas nos escritórios da ONU em GenebraViena e Nairobi. Outras instituições das Nações Unidas estão localizadas em todo o mundo.
Assembleia Geral
A  Assembleia Geral é a assembleia deliberativa principal das Nações Unidas. Composta por todos os Estados membros das Nações Unidas, a Assembleia se reúne em uma sessão ordinária anual, no âmbito de um presidente eleito entre os Estados-Membros. Ao longo de um período de duas semanas, no início de cada sessão, todos os membros têm a oportunidade de dirigir a montagem. Tradicionalmente, o secretário-geral faz a primeira declaração, seguido pelo presidente da assembleia. A primeira sessão foi convocada em 10 de Janeiro de 1946 no Westminster Central Hall, em Londres, e contou com representantes de 51 nações".

Conselho de Segurança
O Conselho de Segurança é composto por 15 Estados-membros, sendo 5 membros permanentes - ChinaFrançaRússiaReino Unido e Estados Unidos - e por 10 membros temporários, atualmente a ÁustriaBósnia e HerzegovinaBrasilGabãoJapãoLíbano,MéxicoNigériaTurquia e Uganda. Os cinco membros permanentes têm o poder de veto sobre as resoluções do Conselho, mas não processual, permitindo que um membro permanente impeça a adopção, mas não bloqueie o debate de uma resolução inaceitável por ele. Os dez membros temporários são mantidos em mandatos de dois anos conforme votado na Assembleia Geral sobre uma base regional. A Presidência do Conselho de Segurança é girada em ordem alfabética de cada mês e foi realizada pela Áustria em 2011.
Membros mais eleitos: Brasil, Japão 10, Argentina 08, Colômbia, índia, Paquistão 07, Itália, Canada 06
Angola, Cabo verde, G. Bissau 01, Portugal 03
Secretário-geral
O Secretariado é chefiado pelo secretário-geral, que atua como porta-voz de facto e líder da ONU. O atual secretário-geral é Ban Ki-moon, que assumiu no lugar de Kofi Annan, em2007, e será substituído quando o seu primeiro mandato expirar em 2011.[11]
O secretário-geral é nomeado pela Assembleia Geral, depois de ter sido recomendado pelo Conselho de Segurança. A seleção pode ser vetada por qualquer membro do Conselho de Segurança, e a Assembleia Geral pode, teoricamente, substituir a recomendação do Conselho de Segurança se uma maioria de votos não for atingida, embora isso não tenha acontecido até agora. Não há nenhum critério específico para o cargo, mas ao longo dos anos, admitiu-se que o cargo será realizado por um ou dois mandatos de cinco anos, que o cargo deve ser nomeado com base no sistema de rotação geográfica e que o secretário-geral não deve ser originário de um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança.
Secretários-Gerais das Nações Unidas[16]
Nome
País de origem
Início do mandato
Fim do mandato
Nota
1
2 de Fevereiro de 1946
10 de Novembro de 1952
Resignou ao cargo
2
10 de Abril de 1953
18 de Setembro de 1961
Morreu durante o mandato
3
30 de Novembro de 1961
1 de Janeiro de 1972
Primeiro Secretário-Geral da Ásia
4
1 de Janeiro de 1972
1 de Janeiro de 1982
5
 Peru
1 de Janeiro de 1982
1 de Janeiro de 1992
Primeiro Secretário-Geral da América do Sul
6
1 de Janeiro de 1992
1 de Janeiro de 1997
Primeiro Secretário-Geral da África
7
 Gana
1 de Janeiro de 1997
1 de Janeiro de 2007
8
1 de Janeiro de 2007
atual
Instituições especializadas
Carta das Nações Unidas prevê que cada órgão principal da ONU pode estabelecer várias agências especializadas para cumprir suas funções.
Agências especializadas das Nações Unidas
Acrônimo
Bandeira
Agência
Sede
Chefe
Fundada em
1
1945
2
1957
3
1947
4
1977
5
1946
6
1948
7
1944
8
1947
9
1946
10
1967
11
1947
12
1945
13
1963
14
1948
15
1974
16
1950
17
1974
…………………………………………………………………...

Tensões

Guerra da Coreia (1950-1953), a Guerra do Vietnã (1962-1975) e a Guerra do Afeganistão (1979-1989) são os conflitos mais famosos da Guerra Fria. Além da famosa tensão na Crise dos mísseis em Cuba (1962) e, também na América do Sul, a Guerra das Malvinas (1982). Entretanto, durante todo este período, a maior parte dos conflitos locais, guerras civis ou guerras inter-estatais foi intensificado pela polarização entre EUA e URSS.

Guerra da Coreia (Junho/1950 - Julho/1953)

O único grande confronto militar que envolveu batalhas em que de um lado haviam forças militares americanas e do outro forças soviéticas, foi a Guerra da Coreia. A península da Coreia foi dividida, em 1945, pelo paralelo 38 N, em duas zonas de influência: uma ao norte, ocupada pela União Soviética, e a partir de 1949 pela República Popular da Chinacomunista; era a República Popular Democrática da Coreia. A outra porção, ao sul do paralelo 38 N, foi ocupada pelas tropas americanas e permaneceu capitalista com apoio das nações ocidentais passou a ser conhecida como República da Coreia.

Em 1950, os líderes da Coreia do Norte, incentivada pela vitória do socialismo na China um ano antes, recebeu apoio da URSS para tentar reunificar a Coreia sob o comando de um governo socialista, invadiu e ocupou a capital sul-coreana Seul, desencadeando um conflito armado. Os Estados Unidos solicitaram ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, a formação de uma força multinacional para defender a Coreia do Sul. Na ocasião a URSS se recusou a participar da reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas em que esta medida foi discutida, e os Estados Unidos conseguiram legitimar a primeira grande batalha militar da Guerra Fria contra o bloco soviético.
Após muitas batalhas, com avanços e recuos de ambos os lados, um primeiro acordo de paz é negociado, mas demora dois anos para ser ratificado. O General americano Douglas MacArthur chegou a solicitar o uso de armas nucleares contra a Coreia do Norte e a China, mas foi afastado do comando das forças americanas.
Apenas quando a União Soviética já havia testado sua primeira bomba de hidrogênio, em 1953, é que um armistício foi assinado em Panmunjon, em 27 de Julho de 1953. O acordo manteve a península da Coreia dividida em dois Estados soberanos, praticamente como antes do início da guerra, com mudanças mínimas na linha de fronteira. Essa divisão da Coreia em dois países se mantém até hoje. Em Junho de 2000, os governos das duas Coreias anunciaram planos de reaproximação dos dois países. Isso significou o início da desmilitarização da região, a diminuição do isolamento internacional da Coreia do Norte e, para milhares de coreanos, a possibilidade de reencontrar parentes separados há meio século pelo conflito. Pela tentativa, o então presidente da Coreia do Sul, Kim Dae Jung, recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2000.

Crise dos Mísseis (1962)

Cuba, a maior das ilhas caribenhas, sofreu uma revolução em 1959, que retirou o ditador pró-estadunidense Fulgêncio Batista do poder, e instaurou a ditadura de Fidel Castro a partir de 1959. A instauração de um regime socialista preocupou a Casa Branca que ainda em 1959 tentou depor o novo governo, apoiando membros ligados ao antigo regime e iniciando um embargo econômico à ilha. Com o bloqueio do comércio de petróleo e grãos, Cuba passa a adquirir esses produtos da URSS. O governo de Fidel Castro, inicialmente composto por uma frente de grupos nacionalistas, populistas e de esquerda, que variava de social-democratas aos de inspiração marxista-leninista, rapidamente se tornaria polarizaria em torno dos líderes mais pró-URSS. Em 1961, a CIA chegou a organizar o desembarque de grupos de oposição armados que deporiam Fidel Castro na operação da Invasão da Baía dos Porcos, que foi um fracasso completo. Diante desta situação o novo regime cubano se aproxima rapidamente da URSS, que oferece protecção militar.
Em 1962, a União Soviética foi flagrada construindo 40 silos nucleares em Cuba. Segundo Kruschev, a medida era puramente defensiva, para evitar que os Estados Unidos tentassem nova investida contra os cubanos. Por outro lado, no plano estratégico global, isto representava uma resposta à instalação de mísseis Júpiter II pelos estadunidenses na cidade de EsmirnaTurquia, que poderiam ser usadas para bombardear todas as grandes cidades da União Soviética.
Em 23 e 24 de Outubro, Kruschev teria enviado uma carta a Kennedy], informando suas intenções pacíficas. Em 26 de Outubro disse que retiraria seus mísseis de Cuba se Washington se comprometesse a não invadir Cuba. No dia seguinte, pediu também a retirada dos balísticos Júpiter da Turquia. Mesmo assim, dois aviões espiões estadunidenses U-2 foram abatidos em Cuba e na Sibéria em 27 de Outubro, o ápice da crise. Neste mesmo dia, os navios mercantes soviéticos haviam chegado ao Caribe e tentariam passar pelo bloqueio. Em 28 de Outubro, Kennedy foi obrigado a ceder os pedidos, e concordou em retirar os mísseis da Turquia e não atacar Cuba. Assim, Nikita Kruschev retirou os mísseis nucleares soviéticos da ilha.
Apesar de o acordo ter sido negativo para os dois lados, o grande derrotado foi o líder soviético, que foi visto como um fraco que não soube manter sua posição frente aos estadunidenses.


Guerra do Vietnã (1964 - 1975)

Guerra do Vietnã foi um dos maiores confrontos militares envolvendo capitalistas e socialistas no período da Guerra Fria. Opôs o Vietname do Norte e guerrilheiros pró-comunistas do Vietname do Sul contra o governo pró-capitalista do Vietname do Sul e os Estados Unidos.

Após a Convenção de Genebra (1954), o Vietnã, recém-independente da França, seria dividido em duas zonas de influência, como a Coreia, e estas zonas seriam desmilitarizadas e mantidas cada uma sob um dos regimes (capitalismo e socialismo). Foi estipulada uma data (1957) para a realização de um plebiscito, decidindo entre a reunificação do país ou não e, se sim, qual regime seria adoptado.

Infelizmente para o Vietname do Sul, o líder do Norte, Ho Chi Minh, era muito benquisto entre a população, por ser defensor popular e herói de guerra. O governo do Vietname do Sul decidiu proibir o plebiscito de ocorrer em seu território, pois queria manter o alinhamento com os estadunidenses. Como o Vietname do Norte queria a reunificação, lançaram-se em uma guerra contra o Sul.
O Vietname do Norte contou com o apoio da Frente de Liberação Nacional, ou vietcongs, um grupo de rebeldes no Vietname do Sul. E o Vietname do Sul contou, em 1965, com a valiosa ajuda dos Estados Unidos. Eles entraram na guerra para manter o governo capitalista no Vietname, e temendo a ideia do "efeito dominó" (Teoria do Dominó) no qual, ao verem um país que se libertou do capitalismo preferindo o socialismo, outros países poderiam seguir o exemplo (como foi o caso de Cuba).
Até 1965, a guerra estava favorável ao Vietname do Norte, mas quando os Estados Unidos se lançaram ao ataque contra o Vietname do Norte, tudo parecia indicar que seria um grande massacre dos vietnamitas, e uma fácil vitória ocidental. Mas os vietnamitas do norte viram nessa guerra uma extensão da guerra de independência que haviam acabado de vencer contra a França, e lutaram incessantemente. Contando com o conhecimento do território, os vietnamitas do norte conseguiram vencer os Estados Unidos, o que é visto como uma das mais vergonhosas derrotas militares dos Estados Unidos. Em 1975, os Estados Unidos e o Vietname do Norte assinaram os Acordos de Paz de Paris, onde os Estados Unidos reconheceram a unificação do Vietnã sob o regime comunista de Ho Chi Minh.
A derrota dos Estados Unidos evidenciou o fracasso da política norte-americana na Ásia e acarretou a reformulação, no Governo Nixon, da política externa no Oriente. Com isso, os norte-americanos buscaram uma maior flexibilidade e novos parceiros, destacando a aproximação com a China comunista.
……………………………………………………………………
Guerra Fria
A Guerra Fria tem início logo após a Segunda Guerra Mundial e terminou em 1991, pois os Estados Unidos e a União Soviética vão disputar a hegemonia política, económica, tecnológica, social  e militar no mundo.
A União Soviética possuía um sistema socialista, baseado na economia planificada, partido único (Partido Comunista), igualdade social e falta de democracia.
 Já os Estados unidos, a outra potência mundial, defendia a expansão do sistema capitalista, baseado na economia de mercado, sistema democrático e propriedade privada. Na segunda metade da década de 1940 até 1989, estas duas potências tentaram implantar em outros países os seus sistemas políticos e económicos.
A definição para a expressão guerra fria é de um conflito que aconteceu apenas no campo ideológico, não ocorrendo um embate militar declarado e directo entre Estados Unidos e URSS. Até mesmo porque, estes dois países estavam armados com centenas de mísseis nucleares. Um conflito armado directo significaria o fim dos dois países e, provavelmente, da vida no planeta Terra. Porém ambos acabaram alimentando conflitos em outros países como, por exemplo, na Coreia, Angola e no Vietnã.

                                                                  Paz Armada
Na verdade, uma expressão explica muito bem este período: a existência da Paz Armada. As duas potências envolveram-se numa corrida armamentista, espalhando exércitos e armamentos em seus territórios e nos países aliados. Enquanto houvesse um equilíbrio bélico entre as duas potências, a paz estaria garantida, pois haveria o medo do ataque inimigo.
Dada a impossibilidade da resolução do confronto no plano estratégico, pela via tradicional da guerra aberta e directa que envolveria um confronto nuclear; as duas superpotências passaram a disputar poder de influência política, económica e ideológica em todo o mundo. Este processo se caracterizou pelo envolvimento dos Estados Unidos e União Soviética em diversas guerras regionais, onde cada potência apoiava um dos lados em guerra. Estados Unidos e União Soviética não apenas financiavam lados opostos no confronto, disputando influência político-ideológica, mas também para mostrar o seu poder de fogo e reforçar as alianças regionais.

Norte-americanos e soviéticos travaram uma luta ideológica, política e económica durante esse período. Se um governo socialista fosse implantado em algum país do Terceiro Mundo, o governo norte-americano entendia como uma ameaça à sua hegemonia; se um movimento popular combatesse um governo aliado à soviético, logo poderia ser visto com simpatia pelos Estados Unidos e receber apoio.


                                                 Os países não alinhados
           Um grupo de países optou por não tomar parte na Guerra Fria. Em sua maioria, países africanos, asiáticos e ex-colónias europeias de independência recente. Para garantir sua neutralidade, os assim denominados países não alinhados promoveram, em Abril de 1955 e através da Conferência de Bandung, a criação do Movimento Não Alinhado. Seu objectivo era dar apoio e segurança aos países em desenvolvimento contra as duas superpotências. Condenavam o colonialismoimperialismo e o domínio de países estrangeiros em geral.[9]
         A primeira conferência do movimento foi realizada em Setembro de 1961, na cidade de Belgrado, com a presença de representantes de 25 países. Nessas conferências, se torna óbvio os conflitos entre os países do movimento, como por exemplo, entre o Irã e o Iraque, o que favorecia a posição das duas superpotências e até da China. Além disso, era difícil a neutralidade dos países por causa da fraca economia e agrava-se pelo atraso no desenvolvimento dos países recém independentes.
                                                        Corrida Espacial
          EUA e URSS travaram uma disputa muito grande no que se refere aos avanços espaciais. Ambos corriam para tentar atingir objectivos significativos nesta área. Isso ocorria, pois havia uma certa disputa entre as potências, com o objectivo de mostrar para o mundo qual era o sistema mais avançado. No ano de 1957, a URSS lança o foguete Sputnik com um cão dentro, o primeiro ser vivo a ir para o espaço. Doze anos depois, em 1969, o mundo todo pôde acompanhar pela televisão a chegada do homem a lua, com a missão espacial norte-americana.
                                                          Caça às Bruxas
         Os EUA liderou uma forte política de combate ao comunismo em seu território e no mundo. Usando o cinema, a televisão, os jornais, as propagandas e até mesmo as histórias em quadrinhos, divulgou uma campanha valorizando o "american way of life". Vários cidadãos americanos foram presos ou marginalizados por defenderem idéias próximas ao socialismo. O Macartismo, comandado pelo senador republicano Joseph McCarthy, perseguiu muitas pessoas nos EUA. Essa ideologia também chegava aos países aliados dos EUA, como uma forma de identificar o socialismo com tudo que havia de ruim no planeta.
           Na URSS não foi diferente, já que o Partido Comunista e seus integrantes perseguiam, prendiam e até matavam todos aqueles que não seguiam as regras estabelecidas pelo governo. Sair destes países, por exemplo, era praticamente impossível. Um sistema de investigação e espionagem foi muito usado de ambos os lados. Enquanto a espionagem norte-americana cabia aos integrantes da CIA, os funcionários da KGB faziam os serviços secretos soviéticos.
                                            A divisão da Alemanha
        Após a Segunda Guerra, a Alemanha foi dividida em duas áreas de ocupação entre os países vencedores. A República Democrática da Alemanha, com capital em Berlim, ficou sendo zona de influência soviética e, portanto, socialista. A República Federal da Alemanha, com capital em Bonn (parte capitalista), ficou sob a influência dos países capitalistas. A cidade de Berlim foi dividida entre as quatro forças que venceram a guerra: URSS, EUA, França e Inglaterra. Em 1961 foi levantado o Muro de Berlim, para dividir a cidade em duas partes: uma capitalista e outra socialista.
                                                      
"Cortina de Ferro"
Em 05 de 03 1946, Winston Churchill (primeiro ministro britânico) fez um famoso discurso nos Estados Unidos, usando a expressão "Cortina de Ferro" para se referir à influência da União Soviética sobre os países socialistas do leste europeu. Churchill defendia a ideia de que, após a Segunda Guerra Mundial, a URSS tinha se tornado a grande inimiga dos valores ocidentais (democracia e liberdade, principalmente).
                                                Plano Marshall e COMECON
As duas potências desenvolveram planos para desenvolver economicamente os países membros. No final da década de 1940, os EUA colocaram em prática o Plano Marshall, oferecendo ajuda económica, principalmente através de empréstimos, para reconstruir os países capitalistas afectados pela Segunda Guerra Mundial. Já o COMECON foi criado pela URSS em 1949 com o objectivo de garantir auxílio mútuo entre os países socialistas.
                                                    Envolvimentos Indirectos
         Guerra da Coreia : Entre os anos de 1951 e 1953 a Coreia foi palco de um conflito armado de grandes proporções. Após a Revolução Maoista ocorrida na China, a Coreia sofre pressões para adoptar o sistema socialista em todo seu território. A região sul da Coreia resiste e, com o apoio militar dos Estados Unidos, defende seus interesses. A guerra dura dois anos e termina, em 1953, com a divisão da Coreia no paralelo 38. A Coreia do Norte ficou sob influência soviética e com um sistema socialista, enquanto a Coreia do Sul manteve o sistema capitalista.
         Guerra do Vietnã: Este conflito ocorreu entre 1959 e 1975 e contou com a intervenção directa dos EUA e URSS. Os soldados norte-americanos, apesar de todo aparato tecnológico, tiveram dificuldades em enfrentar os soldados vietcongues (apoiados pelos soviéticos) nas florestas tropicais do país. Milhares de pessoas, entre civis e militares morreram nos combates. Os EUA saíram derrotados e tiveram que abandonar o território vietnamita de forma vergonhosa em 1975. O Vietnã passou a ser socialista. 
                                                                Fases
1-1945: A 02 de 02 na conferencia de yalta a URSS reivindica o direito de estabelecer governos nos países amigos da Europa do leste, alegando segurança nas suas fronteiras.
A 09 de 08 lançamento da 1 bomba atómica sobre Hiroshima e o secretario de estado norte americano Byrns declarou que esta arma podia contribuir para tornar a URSS mais conciliadora.
2-1946: Em Março Wilson Churchill ex 1 ministro britânico deslocou-se aos EUA onde fez um discurso na qual incitava a demostração de força em relação a URSS.
3-1947: Proclamação da doutrina Truman: Os EUA tem o direito de participar nos assuntos internos dos outros países e mas tarde afirmava aquilo que é meu não pode ser negociado mas o teu pode.
4-1949: Criação dos blocos militares e a volta da URSS  para materialização prática dos princípios da guerra fria.
                                                       Fim da Guerra Fria
A falta de democracia, o atraso econômico e a crise nas repúblicas soviéticas acabaram por acelerar a crise do socialismo no final da década de 1980. Em 1989 cai o Muro de Berlim e as duas Alemanhas são reunificadas. No começo da década de 1990, o então presidente da União Soviética Gorbachev começou a acelerar o fim do socialismo naquele país e nos aliados. Com reformas econômicas, acordos com os EUA e mudanças políticas, o sistema foi se enfraquecendo. Era o fim de um período de embates políticos, ideológicos e militares. O capitalismo vitorioso, aos poucos, iria sendo implantado nos países socialistas.
……………………………………………………………………………………………
OTAN e Pacto de Varsóvia.
                                                   A Nato
       North Atlantic Treat Organization – Organização Do Tratado Do Atlântico Norte. Constitui a principal aliança militar capitalista até aos nossos dias, e foi formada no dia 4 de Abril de 1949, na sequência do clima de Guerra Fria com o bloco socialista. Ela foi a primeira criação da Guerra Fria a transcender a Europa.
O Pacto do Atlântico, como também é conhecida a NATO, foi assinado em Washington pelos EUA, Canadá, Portugal, França, Grã-bretanha Islândia, Itália, Noruega, Holanda e Luxemburgo. Posteriormente juntaram-se ao Pacto do Atlântico a Grécia e a Turquia em 1952, a Alemanha Federal em 1954 e a Espanha em 1982.

       A NATO surge no quadro da Guerra Fria, como principal braço armado do bloco capitalista e tinha como finalidades a defesa colectiva, assistência mútua bem como a cooperação militar entre os seus signatários, em caso de agressão, através de um efectivo militar plurinacional, com comando unificado como prevê o artigo 3º do referido tratado.
     
     A autorização para a criação desta aliança militar capitalista, durante a Guerra Fria, foi dada pelo Senado norte americano ao presidente Harry Truman, através da resolução Vanderberg de 11 de Junho de 1948 que previa o fim do tradicional isolacionismo norte americano, autorizando assim a celebração de um acordo militar com o mundo não  comunista.
     
       Pela sua própria característica, a bipolarização do mundo após a Segunda Guerra Mundial não tolerava a neutralidade. Assim, nenhum dos blocos aceitava de bom grado que terceiros permanecessem à margem. As superpotências empenhavam-se a angariar maior número possível de aliados. Neste quadro, os EUA construíram, sob direcção da NATO, outros pactos, visando formar em torno do bloco socialista, uma cortina de segurança contínua entre países ligados entre si por acordos militares.
Entre as sub alianças regionais do bloco capitalista, destacamos as seguintes:
1-ANZUK: (Austrália, New Zeland, United Kingdom), aliança militar criada por iniciativa da Grã Bretanha em 1971 e que compreendia também a Austrália, a Nova Zelândia, a Malásia e a Singapura;
2-ANZUS: (Austrália, New Zeland, United States), aliança militar criada em 1951 por iniciativa dos EUA, compreendendo também a Austrália e a Nova Zelândia;
3-OTASE: Organização do Tratado de Defesa Colectiva Para a Ásia do Sudeste, fundada em 1954 e formada pelos EUA, Inglaterra, França, Austrália, Nova Zelândia, Tailândia Filipinas e o Paquistão;
4-CENTO: (Central Treaty Organization): Organização do Tratado do Centro, ou Pacto de Bagdad. Foi formada em 1955 e incluía a Inglaterra, o Paquistão, o Irão, o Iraque e a Turquia .
De acordo com Remond, este sistema desenhava um imenso arco de círculo, que ia da extremidade setentrional da Noruega, membro da NATO, ao Japão ligado aos Estados Unidos por um tratado em 1951 e ao Alasca. Este dispositivo era materializado por várias bases ocupadas pela aviação estratégica norte americana na Europa, norte de África, Médio Oriente e outros lugares, cercando assim a URSS, as “democracias populares” do lado este da “cortina de ferro” bem como a China, comunista desde 1949.



                                                  O Pacto de Varsóvia
          A Organização do Tratado de Varsóvia (OTV), foi um pacto ao qual subscreveram a URSS e os seus satélites europeus do lado leste da Europa, no dia 14 de Maio de 1955 na capital da Polónia. Este pacto tem a sua origem numa Conferência dos governos comunistas realizada na mesma cidade de 11 a 13 de Maio do mesmo ano.
Fizeram parte deste tratado a Bulgária, Checoslováquia, Hungria, Polónia, Roménia, Alemanha Oriental, a União Soviética e a Albânia que abandonou em 1968. A excepção foi a Iuguslavia que não fez parte deste tratado .

         A OTV possuía um comando único que tinha o seu Quartel General em Moscovo, acessorado por um Conselho de Ministros e um Comité Consultivo instituído em Praga em Janeiro de 1956 com a missão de examinar as questões gerais referentes à consolidação da capacidade de defesa e à organização das forças armadas unificadas e com competência para tomar decisões apropriadas. Possuía também um Estado Maior unificado e um comando das forças armadas unificadas que era considerado como o órgão mais importante do Pacto de Varsóvia e competente para os assuntos estreitamente militares.
    
        O Pacto de Varsóvia tinha, para além da protecção do espaço geográfico da zona que constituía o bloco socialista, a missão de fortalecer e desenvolver ainda mais o bloco socialista, desenvolver ainda mais a amizade, cooperação e assistência mútua entre os seus membros, como resposta comunista ao bloco capitalista que havia criado em Abril de 1949 a sua aliança militar, a NATO.

       As principais chefias militares da Organização do Tratado de Varsóvia estavam nas mãos dos representantes da União Soviética, o que garantia um melhor controlo da mesma por parte da URSS, que podia mesmo intervir em alguns estados membros do bloco para reprimir algumas sublevações, como foi o caso da Hungria em 1956.

      As principais actividades militares do Pacto de Varsóvia foram:
1-Modernização das forças armadas dos países membros através da ajuda soviética.
2-Integração dos dispositivos de defesa aérea dos países de Europa Oriental com os da URSS.
3-Criação de um sistema de treinamento das forças militares dos países do Pacto e de planos comuns de acção coordenada.
Com o fim da bipolarização em finais dos anos 80, o Pacto de Varsóvia desintegrou-se, anunciando o fim das suas actividades em 7 de Dezembro de 1990. A fragilidade económica do bloco socialista no declinar da Guerra Fria já não permitia o asseguramento das tropas do bloco numa aliança militar com comando únicoA contenção da corrida armamentista.
………………………………………………………………………………………..
A coexistência pacífica (1953 - 1962)

Foi um termo de política internacional cunhado pelo líder soviético Nikita Khrushchev para se referir às relações que manteria no futuro a União Soviética e os Estados Unidos dentro da chamada Guerra Fria, e geralmente aceita como política soviética no período de1955 a 1962 a partir do ponto de vista ocidental, e de 1955 a 1984 a partir do ponto de vista soviético.
Foi adotapda por Estados socialistas ou de influência soviética, e afirmava que eles poderiam coexistir pacificamente com os Estados capitalistas. Esta teoria foi contrária ao princípio que o comunismo e o capitalismo eram antagônicos e nunca poderiam existir em paz. A União Soviética aplicou-a às relações entre o mundo ocidental e, em particular, com os Estados Unidos, os países da OTAN e as nações do Pacto de Varsóvia.
Com a morte de Stalin, em 1953, subiu ao poder Nikita Kruschev o que desencadeou um processo de abertura, amenizando o rigor da censura, reduzindo o poder da polícia política, reabilitando presos políticos e fechando diversos campos de trabalhos forçados. Esse processo foi denominado"degelo" e "desestalinização". No XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética, em fevereiro de 1956, Kruschev revelou e denunciou os abusos, crimes e o "culto da personalidade" cometidos durante o governo de Stalin.
Isso repercutiu amplamente nos países socialistas da Europa Oriental (em 1956 ocorreria a Revolução Húngara que visava por fim ao aparato repressivo do regime stalinista, mas que logo foi esmagado com a intervenção da URSS), e na China com a ruptura sino-soviética nas décadas de 1950 e 1960. Durante os anos 1960 e início dos anos 1970, a República Popular da China, sob a liderança de seu fundador, Mao Tse-tung, que alegou que a atitude beligerante deveria ser mantida para os países capitalistas e, por isso, inicialmente rejeitou a coexistência pacífica considerando-a como revisionismo da teoria marxista. No entanto, em 1972 a sua decisão para estabelecer uma relação comercial com os Estados Unidos, a China também adotaria uma versão da teoria da coexistencia pacífica ao estabelecer relações entre países não-socialistas.
Esta política também possibilitou uma aproximação entre os líderes da URSS e dos EUA. Kruschev reuniu-se diversas vezes com os presidentes norte-americanos: com Dwight D. Eisenhower, em 1956, no Reino Unido; em 1959 nos Estados Unidos; e em 1960 naFrança; e com John Kennedy se encontrou uma vez, em 1961, em Viena, Áustria.
………………………………………………………………………….

 

 

 

Organização da Unidade Africana


Foi criada a 25 de Maio de 1963em Addis Abeba, Etiópia, por iniciativa do Imperador etíope Haile Selassie através da assinatura da sua Constituição por representantes de 32 governos de países africanos independentes. A OUA foi substituída pela União Africanaa 9 de Julho de 2002.

As origens da criação de um organismo unitário no continente remetem aos ideais do Pan africanismo ,que impulsionaram os movimentos de libertação do colonialismo principalmente a partir do pós-guerra. Os primeiros passos de unidade foram dados com as independências de Gana e Guiné (Conacri), respectivamente, em 1957 e 1958. Esses dois países ensaiaram uma federação que, embora não tenha perdurado.

Esse grupo era considerado progressista e até radical pela sua aplicação estrita do Pan africanismo sonhado pelo presidente de Gana, Kwame N’krumah. Ele defendia a criação dos Estados Unidos da África, por cima da soberania dos Estados. Outra corrente, até maioritária, integrada por países politicamente “moderados”, principalmente ex-colônias francesas, forma o Grupo de Monróvia em Maio de 1961.

Este grupo prega uma OUA que não seja mais do que uma organização representativa de cada Estado soberano. A OUA que emerge dessas duas facções é um esforço de conciliação conduzido pelo Imperador da Etiópia, Haile Salassie, que persuade os presidentes dos 32 países independentes a  reunirem-se em Adis Abeba em 25 e 26 de maio para constituição da Organização.

O órgão máximo de decisão  do organismo é a Conferência dos Chefes de Estado e de Governo, que se reúne anualmente e adota a maioria de dois terços para a votação de questões fundamentais. É a Conferência que decide a política geral da Organização. Para preparar e executar as decisões da Conferência reúne-se ordinariamente, duas vez por ano, o Conselho de Ministros. A presidência da Organização cabe ao mandatário do país anfitrião da reunião do ano seguinte. No entanto, a OUA tem um secretariado permanente sediado em Adis Abeba. O Secretário-geral é eleito pela Conferência.

                                                Países-membros da OUA

África do Sul
Camarões
  Egito
Guiné Equatorial
Maurícios
Angola
Centro-Africana (República)
Eritréia
Lesoto
Moçambique
Argélia
Chade
Etiópia
Libéria
Namíbia
Benin
Comores
Gabão
Líbia
Níger
Botsuana
Congo
Gâmbia
Madagascar
Nigéria
Burkina Faso
Congo (República Democrática)
Gana
Malavi
Quênia
Burundi
Costa do Marfim
Guiné
Mali
Ruanda
Cabo Verde
Djibuti
Guiné-Bissau
Mauritânia
São Tomé e Príncipe
Senegal
Serra Leoa
Seychelles
Somália
Suazilândia
Sudão
Tanzânia
Togo
Tunísia
Uganda
Zâmbia
Zimbábue



 

 

 

Objetivos

Os objetivos da OUA, expressos na sua Constituição eram:
·         Promover a unidade e solidariedade entre os estados africanos;
·         Coordenar e intensificar a cooperação entre os estados africanos, no sentido de atingir uma vida melhor para os povos de África;
·         Defender a soberania, integridade territorial e independência dos estados africanos;
Erradicar todas as formas de colonialismo da África; . Com esta finalidade, foi criada a Comissão de Apoio aos Movimentos de Libertação da África, conhecida como “Comitê dos Onze”, sediada na Tanzânia.

·         Promover a cooperação internacional, respeitando a Carta das Nações Unidas e a Declaração Universal dos Direitos Humanos;
·         Coordenar e harmonizar as políticas dos estados membros nas esferas política, diplomática, económica, educacional, cultural, da saúde, bem estar, ciência, técnica e de defesa.

Realizações da OUA

Durante quase 40 anos de existência, a OUA não conseguiu evitar os inúmeros conflitos que assolaram o continente, nem promover de forma efetiva o seu desenvolvimento. Uma das razões poderia ser o caráter consensual da organização, que nunca puniu os responsáveis por esses problemas, No entanto, ao manter esse espírito de consenso e a tradição de uma presidência rotativa, decidida em cimeiras anuais regulares, a OUA conseguiu manter a imagem de unidade e de vontade de progresso que lhe granjeou sempre, por parte dos vários blocos econômicos e políticos, apoio real para a resolução de vários problemas.
Apesar de todos os países de África se terem associado à OUA a seguir à sua independência (ou a seguir à democratização da África do Sul) subsiste, como questão não resolvida, o estatuto do Sahara Ocidental, que foi aceito como membro da organização, o que levou Marrocos a abandoná-la em 1985.
A OUA teve um importante papel na história da descolonização de África, não só como grupo de pressão junto da comunidade inerncional, mas também fornecendo apoio direto aos movimentos de libertação, através do seu Comité Coordenador da Libertação da África.
Outro campo em que a OUA teve sucesso foi na luta contra o apartheid, tanto ao nível da ONU onde foram declaradas sanções contra os governos da África do Sul e da Rodésia, mas ainda conseguindo que aquele regime fosse internacionalmente condenado como “crime contra a Humanidade” na Conferência de Teerão de 1968.
Na promoção da cultura africana, a OUA organizou em Agosto de 1969, em Argel, o Primeiro Festival Panafricano da Cultura e, em Outubro de 1970, em Mogadíscio, na Somália, o Primeiro Workshop de Folclore, Dança e Música Africana.
Nos campos do desenvolvimento económico e social, transportes e telecomunicações, a OAU promoveu a harmonização das políticas dos seus membros com reespeito à UNCTAD, BIRD, FMI, UNIDO e OIT. Como consequência, as suas pretensões de formas de comércio mais justas e da plena participação num novo sistema monetário internacional ganharam mais peso, apesar de não terem ainda sido atingidas. Através da OAU, os países africanos proclamaram a sua permanente soberania sobre os seus recursos naturais, tendo levado à modificação da Lei Internacional sobre os recursos da plataforma continental e águas territoriais. Em Fevereiro de 1972, realizou-se em Nairobi, no Quénia, a Primeira Feira de Negócios Pan africana.
............................................................................................................................
O PAN AFRICANISMO
O pan-africanismo foi um movimento de reivendicação dos direitos de igualidades das raças levado a cabo por negros africanos com vista a por fim a  4 séc de escravidão e descriminação social.
Em 1919 reuniu-se em Paris, o 1º Congresso Pan-africano, organizado pelo intelectual afro-americano W.E.B. Du Bois. Reivindicou ele um Código Internacional que garantisse, na África tropical, o direito dos nativos, bem como um plano gradual que conduzisse à emancipação final das colônias. Conquanto que, para os negros americanos, era solicitado a aplicação dos direitos civis (que só foram finalmente aprovados pelo congresso dos E.U.A. em 1964!).
O último congresso Pan-africano, o 5º, reuniu-se em Manchester, na Inglaterra, em 15-18 de outubro de 1945, tendo a presença de Du Bois, Kwane Nkurmah, futuro emancipador da Ghana, e Jomo Kenyatta, o líder da Quênia, Wallace Johnson da Serra Leoa, ploiticos, estudantes, representantes das colónias inglesas, Trataram de aclamar a necessidade da formação de movimentos nacionalistas de massas para obterem a independência da África o mais rápido possível.
            Pela primeira vez há uma manifestação objectiva e clara anti-colonialista e anti-imperialista, sendo reivindicada a independência nacional  e já um direcionamento, um alinhamento junto ao socialismo ou socialismo-marxista George Padmore “propunha adoção de um manifesto em que se opunha à discriminação racial e condenava o apartheid na África do Sul além de afirmar que os africanos estavam resolvidos a serem livres, conclamando a unir-se contra o colonialismo”. 
E ainda nesse congresso a Resolução Final “assumiu a condenação global do capitalismo europeu nos territórios africanos.”Adoptando claramente uma postura de influência marxista que vai influenciar inúmeros intelectuais e líderes políticos africanos tanto nesse período como no pós-independência.
            A partir do Congresso de Manchester foi dado um novo impulso ao Pan-africanismo, que agora passa a ter uma participação africana mais direta, o pan-africanismo passa a ser um instrumento significativo para os africanos que passam a utilizar a concepção de solidariedade racial para promover a luta pela independência do continente africano.
      Da realização do V Congresso Pan-Africano houve um intervalo de mais de 10 anos para a realização de uma série de conferências e congressos que vão acabar resultando na constituição da OUA, nesse intervalo ocorreu um importante encontro que foi a Conferência de Bandung. O movimento pan-africanista vai se tornar mais atuante, especialmente no continente africano, após a realização dessa conferência que embora não fosse um encontro estritamente de interesse das colônias africanas tem direta relação ao continente africano por representar “o marco do aparecimento formal do Terceiro Mundo como uma unidade ideológica” 42
            A Conferência de Bandung, realizada na Indonésia. entre os dia de 18 a 24 de Abril de 1955, foi organizada pelos países asiáticos e contou com apoio de países africanos Etiópia, Líbia, Libéria e Egito.  A Conferência se propunha a promover uma cooperação econômica e cultural afro-asiática, com o objetivo de formar uma base sólida de oposição ao que era considerado colonialismo ou neocolonialismo43. Pela primeira vez em uma conferência o racismo44 e o imperialismo são denunciados como crime e também nessa mesma conferência o não-alinhamento é estabelecido como um posicionamento político a ser adotado em oposição aos mesmos. Apesar do não alinhamento todos os países declararam que eram socialistas,  mas não iriam se alinhar ou sofrer influência Soviética.
Durante o encerramento da Conferência de Bandung ficou previsto a realização de uma outra conferência a ser realizada no Cairo entre 26 de Dezembro de 1957 a 1 de Janeiro de 1958. O neutralismo assume um papel importante nesse momento, pois irá se traduzir numa aproximação com a URSS que a partir da Conferência do Cairo exercerá uma maior influência comparada a Bandung nas colônias e ex-colônias africanas já dando inicio a um posicionamento claramente estratégico da Guerra Fria46. E ainda afirma as intenções de Nasser então presidente do Egito, na conquista de uma liderança na África do Norte com uma perspectiva pan-arabista.
Decisões: Apelaram para que todos os povos lutassem para a sua independência;
-Os povos devem escolher o próprio governo( auto determinação);
- A luta pelo poder politico, social e económico;
- A criação de movimentos nacionalistas de massa para alcançarem a independência.
……………………………………………………………………………………………
O ano em que África gritou "liberdade"
Em 1960 surgem novos Estados  em África. O continente liberta-se da ocupação colonial num longo processo conhecido na época por "Sol das independências". Processo concluído duas décadas mais tarde com a transformação da Rodésia em Zimbabwe e o fim do 'apartheid' na África do Sul.

O início dos anos 60 marca o princípio de uma nova era em África. Surgem novos Estados independentes, novas elites políticas chegam ao poder, começam a desenhar-se diferentes equilíbrios regionais à medida que as potências coloniais deixam o continente. E 1960 é uma data-chave neste processo com 17 novos Estados a nascerem em África, 14 dos quais ex-colónias francesas.
Um processo em que se afirmam figuras como o costa-marfinense Félix Houphouët-Boigny - deputado no Parlamento francês -, o senegalês Léopold Sédar Senghor - o primeiro africano a integrar a Academia Francesa - ou ainda o guineense Ahmed Sekou Touré, adepto do modelo marxista.

As declarações destas personalidades traduzem outras tantas formas de relacionamento com o ex-poder colonial, numa tensão que se vai reflectir nas opções dos futuros Estados. Uma tensão e encontro de referências presente também noutro dos pais das independências africanas, o ganês Kwame Nkrumah. Líder que não descura citar Aristóteles ao mesmo tempo que propugna pela africanidade e namora o modelo soviético. Na prática irão reproduzir o modelo político dos países coloniais ou do seu oposto ideológico, o comunismo. Modelos que se irão degradando; os golpes de Estado tornam-se uma característica comum a partir da segunda metade dos anos 60, assim como se multiplicam guerras civis e o aumento da despesa militar.

O período do "Sol das independências" depressa perdeu o seu brilho. As promessas dos dirigentes que defendiam a liberdade para o continente depressa se tornaram no seu contrário e muitas das promessas de desenvolvimento ficaram por concretizar, enquanto os líderes políticos insistiam na africanização do Estado, um Estado que, na maioria dos novos países, não dispõe de recursos para manter uma moderna Administração Pública. E quando estes existem serão delapidados pelas novas oligarquias ou esbanjados em longos conflitos internos ou regionais.

1960 é considerado o Ano da África, quando 17 países conquistaram a sua independência.
Camarões-1-1-1960(1-10-1960); Togo 27-4-1960; Senegal 20-06-1960(4-4); Madagáscar26-06-1960; Benim 1-08-1960; Níger 03-08-1960; Burquina Faço 07-08-1960; C. Marfim 07-08-1960; Chade 11-08-1960; RCA 13-08-1960( 1-12); R. Congo Brazavile 15-08-1960; Gabão17-08-1960(12-03); Mali 22-07-1960; Mauritânia 28-11-1960; Nigéria 01-01-1960(1-10); Somália 26-06-1960(01-07).

By: Anastácio Benjamim & Anacleto Junior






Sem comentários:

Enviar um comentário