ANTROPLOGIA
CULTURAL
A antropologia
cultural, é uma das quatro áreas da antropologia geral,
junto com a antropologia física (também conhecida como antropologia biológica),
a arqueologia e a linguística.
A
antropologia cultural é diferente da antropologia social, diferindo
principalmente na perspectiva.
A criação
desta disciplina reflecte em parte uma reacção contra a noção antiga de
oposição entre "cultura" e "natureza", segundo a qual
alguns humanos vivem num "estado natural" (de pura natureza). Antropólogos argumentam que a cultura é
"natureza humana" e que todas as pessoas têm a capacidade de
classificar experiências, codificar classificações simbolicamente e transmitir
tais abstracções. Desde que a cultura seja aprendida com pessoas vivendo em
diferentes lugares, encontra-se diferentes culturas de acordo com a região
geográfica.
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Ciências
sociais é um
ramo da ciência, distinto das humanidades, que estuda os aspectos sociais do mundo humano, ou seja, a
vida social de indivíduos e grupos humanos. Isso inclui Antropologia, Estudos da comunicação, Economia, Administração, Arqueologia, Contabilidade, Geografia humana, História, Linguística, Ciência política, Estatística, Psicologia social, Direito, Filosofia social e Sociologia.
Campos
Antropologia
Antropologia (cuja origem
etimológica deriva do grego
άνθρωπος
anthropos,
(homem / pessoa) e λόγος (logos -
razão / pensamento)
é a ciência preocupada em estudar o
homem e a
humanidade de maneira
totalizante, ou seja, abrangendo todas as suas dimensões. A divisão clássica da
Antropologia distingue a
Antropologia Cultural da
Antropologia Biológica. Cada uma destas, em
sua construção abrigou diversas correntes de pensamento.
História
História (do grego antigo
historie, que
significa
testemunho,
no sentido daquele que vê) é a ciência que estuda o
Homem e sua acção no tempo
e no espaço, concomitante à análise de processos e eventos ocorridos no
passado. Por
metonímia,
o conjunto destes processos e eventos. A palavra
história tem sua origem nas
«investigações» de
Heródoto,
cujo termo em
grego antigo é
Ἱστορίαι (
Historíai).
Todavia, será
Tucídides o primeiro a aplicar
métodos críticos, como o cruzamento de dados e fontes diferentes.
Psicologia
A
psicologia (do
grego Ψυχολογία,
transl. psykhologuía,
termo derivado das palavras ψυχή,
psykhé,
"alma", e λόγος,
lógos,
"palavra", "razão" ou "estudo") é a
ciência que estuda os
processos mentais (
sentimentos,
pensamentos,
razão) e o
comportamento
humano e
animal (para
fins de pesquisa e correlação, na área da
psicologia comparada) ou seja utilizando a
metodologia da comparação. O objecto
de estudo dessa ciência contudo ainda hoje é alvo de controvérsias
especialmente quanto as distinções ou necessidades de estudo da mente em
oposição ao estudo do comportamento.
Sociologia
A
Sociologia é uma das
ciências humanas que
estuda a sociedade, ou seja, estuda o
comportamento humano em função do
meio e os processos que interligam os indivíduos em
associações,
grupos e
instituições.
Enquanto o indivíduo na sua singularidade é estudado pela
psicologia,
a Sociologia tem uma base
teórico-metodológica,
que serve para estudar os fenómenos sociais, tentando explicá-los, analisando
os homens em suas relações de interdependência. Compreender as diferentes
sociedades e culturas é um dos objectivos da sociologia.
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Técnicas
de investigação antropológica e sociológica
Documental:
Fontes primárias: arquivos públicos e particulares, estatísticas oficiais,
censos, livro do tombo, etc. fontes secundárias: obras e trabalhos elaborados,
jornais, revistas e outros.
Sociometria:
Apresentada pela 1º vez por J.L. Moreno. Descrição quantitativas das relações
interpessoais visando descobrir, principalmente os padrões de liderança, lida
com a estrutura interna dos grupos sociais e estuda as formas complexas que
emergem das forças de atracção e repulsão entre os membros do grupo.
História de vida:
Consiste em obter todos os dados referentes a determinada pessoa, em todas as
fases de sua vida.
Método comparativo:
possibilita a comprovação de teorias além fronteiras, ou em diferentes
momentos.
Método critico racional: permite a
sujeição dos fins sócias a consideração cientifica racional.
Método histórico: permite
verificar os antecedentes de determinado fenómeno e as múltiplas causas que o
originam.
Métodos quantitativo:
é o método em que o investigador procura obter a quantidade ou nº do que se investiga.
Ramifica-se em:
Organização da pesquisa:
o investigador, observação do local, objecto de pesquisa ( caça palavra,
caneta, bloco de anotações..).
Analise do conteúdo:
delimitação do objecto, constituição dos corpus, quantificação.
Questionário:
é uma técnica do método quantitativo que visa levantar dados através de uma
serie organizada de perguntas escritas cujas respostas serão fornecidas pelo
pesquisado sem contacto directo com o investigador.
Ainda
dentro do questionário iremos encontrar as perguntas abertas e fechas.
Perguntas abertas:
são aquelas que apresentam questões dissectivas, ou seja o investigador da ao
investigado a oportunidade de dizer o que lhe vem a alma. Ex: quais são os teus
programas favoritos da tv?
Perguntas fechadas:
são aquelas que apresentam questões múltiplas escolhas. Ex: quais são os teus
programas favoritos da tv. Novelas, filmes, noticias?
Método qualitativo:
neste método o investigador procurar trazer a qualidade do objecto em estudo.
Nele
encontramos o grupo de discussão, observação e entrevista aprofundada.
Grupo de discussão:
De acordo com Krüger, o grupo de discussão é feito de forma desestruturada, com
questões abertas. Grupo de discussão é realizado com 09 a 10 pessoas de uma só
vez, tem um tópico em particular, dura de 30 a 40 minutos.
Observação:
é uma técnica do método qualitativo que visa obter informações a partir do
estudo de um grupo. Ela sub - divide-se em participante e não
participante.
observação participante foi Malinowski quem
implementou este método, pois o mesmo acreditava que para investigarmos um
grupo não devemos ficar de fora correndo o risco de não ter informações
fidedignas. Ou seja se estivermos investigando a vida dos índios devemos nos vestir, falar,
comer… como os índios desta forma estaremos a fazer uma observação
participante.
Observação
a distancia ou simplesmente não participante: é a famosa antropologia "de varanda" praticada
pela administração colonial. onde de fora observavam os factos, ou seja neste tipo
de pesquisa o investigador não participa no grupo apenas o observa a distancia.
Entrevista aprofundada: neste tipo de
técnica o investigador penetra no interior do significado do sujeito, ou seja o
investigador coloca-se ao mesmo nível do entrevistado ganhando a sua confiança
e também feito de forma oral com ajuda de um guião e num curto espaço de tempo
obtemos um maior nº de entrevistado.
Os
inquéritos
estatísticos são
usados para recolher informação quantitativa nos campos de
marketing,
sondagens políticas, e pesquisa nas
ciências sociais. Um inquérito pode
incidir sobre opiniões ou
informação factual, dependendo do seu objectivo, mas todos os inquéritos
envolvem a ministração de perguntas a indivíduos. Quando as perguntas são colocadas
por um pesquisador, o inquérito é chamado uma
entrevista ou um
inquérito
ministrado por um pesquisador. Quando as questões são administradas pelo
respondente, o inquérito é referido por
questionário ou um
inquérito
auto-administrado.
Um
questionário é um instrumento de investigação que visa recolher informações
baseando-se, geralmente, na inquisição de um grupo representativo da população
em estudo. Para tal, coloca-se uma série de questões que abrangem um tema de
interesse para os investigadores, não havendo interacção directa entre estes e
os inquiridos.
Vantagens dos inquéritos
As
vantagens dos inquéritos estatísticos incluem:
·
É
uma forma eficiente de colectar informação de um grande número de respondentes.
Grandes amostras são possíveis. Técnicas estatísticas podem ser usadas para
determinar a validade, a fiabilidade e a significância estatística.
·
Os
inquéritos são flexíveis no sentido em que uma grande variedade de informação
pode ser recolhida. Eles podem ser usados para estudar atitudes, valores,
crenças e comportamentos passados.
·
Porque
eles estão padronizados, eles estão relativamente livres de vários tipos de
erros.
·
São
relativamente fáceis de ministrar.
·
Há
uma economia da colecta dos dados devido à focalização providenciada por
questões padronizadas. Apenas questões de interesse para o pesquisador são
colocadas, gravadas, codificadas e analisadas. Tempo e dinheiro não são gastos
em questões tangenciais.
Desvantagens dos inquéritos
As
desvantagens dos inquéritos incluem:
·
Eles
dependem da motivação dos sujeitos, sua honestidade, memória e capacidade de
resposta. Os respondentes podem não estar conscientes das suas razões para
qualquer determinada acção. Eles podem ter esquecidos as suas razões. Eles
podem não estar motivados para dar respostas correctas, na verdade, eles podem
estar motivados a fornecer respostas que os apresentem numa luz favorável.
·
Inquéritos
não são apropriados para estudar fenómenos sociais complexos. O indivíduo não é
a melhor unidade de análise nestes casos. Os inquéritos não dão um completo
senso dos processos socias e a análise parece superficial.
·
Inquéritos
estruturados, particularmente aqueles com repostas fechadas, podem ter baixa
validade quando pesquisando variáveis afectivas.
·
As
amostras de inquéritos são normalmente auto-escolhidas, e por isso amostras sem
probabilidade das quais as características da população não podem ser
inferidas.
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CONCEITO DE CULTURA
Cultura
significa cultivar, e vem do latim colere. Genericamente a cultura é todo
aquele complexo que inclui o conhecimento, a arte, as crenças, a lei, a moral,
os costumes e todos os hábitos e aptidões adquiridos pelo homem não somente em
família, como também por fazer parte de uma sociedade como membro dela que é.
Cultura
na língua latina, entre os romanos tinha o sentido de agricultura, que se
referia ao cultivo da terra para a produção, e ainda hoje é conservado desta
forma quando é referida a cultura do soja, a cultura do arroz, etc.
Cultura
também é definida em ciências sociais como um conjunto de ideias,
comportamentos, símbolos e práticas sociais, aprendidos de geração em geração
através da vida em sociedade. Seria a herança social da humanidade ou ainda de
forma específica, uma determinada variante da herança social.
Cultura
em filosofia é explicada como o conjunto de manifestações humanas que
contrastam com a natureza ou o comportamento natural. Já em biologia a cultura
é uma criação especial de organismos para fins determinados. Cultura na
antropologia é comprendida como a totalidade dos padrões aprendidos e
desenvolvidos pelo ser humano.
A
principal característica da cultura é o mecanismo adaptativo que é a
capacidade, que os indivíduos tem de responder ao meio de acordo com mudança de
hábitos, mais até que possivelmente uma evolução biológica. A cultura é também
um mecanismo cumulativo porque as modificações trazidas por uma geração passam
à geração seguinte, onde vai se transformando perdendo e incorporando outros
aspectos procurando assim melhorar a vivência das novas gerações.
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ETNIA
A
palavra etnia é usada muitas vezes erroneamente como um
eufemismo para
raça, ou como um
sinónimo
para
grupo minoritário.
A diferença reside no fato de que etnia compreende os factores culturais, como
a
religião,
a língua, hábitos gastronómicos, hábitos no vestuário, outras tradições, etc.,
enquanto raça compreende apenas os
factores
morfológicos, como cor de
pele, constituição
física, estatura, traço facial, etc.
Etimologia
A
palavra "etnia" é derivada do grego
ethnos,
significando "povo". Esse termo era tipicamente utilizado para se
referir a povos não- gregos, então também tinha conotação de "estrangeiro".
Em Israel, nos tempos bíblicos, a palavra equivalente no hebraico do Antigo
Testamento era usada para distinguir os israelitas de todos os povos não
judeus, chamados "gentios". O mesmo sentido acompanhou o uso da
palavra grega e seus correlatos nos tempos de Jesus e, no Novo Testamento, esta
palavra é usada também para distinguir os não cristãos em oposição aos
cristãos, adquirindo também o sentido de "pagãos". Mesmo assim, boa
parte dos textos do Novo Testamento usam a palavra grega
ethnos para se referir aos
povos ainda não alcançados pela pregação do Evangelho, adquirindo a conotação
de "povos-não-alcançados". A palavra deixou de ser relacionada com o
paganismo em princípios do
Século
XVIII. O uso do sentido moderno, mais próximo do original grego, começou na
metade do
Século XX,
tendo se intensificado desde então.
Factores de Classificação
Língua
A
língua tem sido muitas vezes
utilizada como fator primário de classificação dos
grupos
étnicos, embora sem dúvida não isenta de manipulacão política ou erro. É
preciso destacar também que existe grande número de línguas
multi-étnicas e determinadas etnias
são
multi-língues.
Cultura
A
delimitação cultural de um
grupo
étnico, com respeito aos grupos culturais de fronteira, se faz dificultosa
para o
etnólogo,
em especial no tocante a grupos humanos altamente comunicados com seus grupos
vizinhos.
Elie Kedourie é talvez o autor que
mais tenha aprofundado a análise das diferenças entre etnias e culturas.
Geralmente
se percebe que os grupos étnicos compartilham uma origem comum, e exibem uma
continuidade no tempo, apresentam uma noção de história em comum e projetam um
futuro como povo. Isto se alcança através da transmissão de geração em geração
de uma linguagem comum, de valores,
tradições e, em vários casos,
instituições.
Embora
em várias
culturas se mesclem os factores
étnicos e os políticos, não é imprescindível que um grupo étnico conte com
instituições próprias de governo para ser considerado como tal. A
soberania portanto
não é definidora da etnia, mas se admite a necessidade de uma certa projeção
social comum.
POVO
Povo
refere-se a um grupo de seres humanos unidos por um factor comum, tal como a
nacionalidade, cor da pele, religião, país, etc. Assim, a Bíblia, por exemplo,
fala do povo de Moisés.
Os
membros de um determinado "povo", (como, por exemplo, o povo
português, ou o povo brasileiro) partilham valores, crenças e hábitos em comum.
Devido
à natureza subjectiva deste conceito, este é muitas vezes utilizado como factor
ou base para argumentos de índole xenófoba ou racista. Um exemplo,
relativamente recente, é a propaganda anti-judaica promovida pelo partido Nazi,
ou Nazista, na Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial.
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Cultura Material
Em arqueologia, chama-se de cultura material (Material culture e Archaeological
culture, em inglês) o conjunto de objectos - tecidos, utensílios, ferramentas,
adornos, meios de transporte, moradias, armas etc. - que formam o ambiente concreto
de determinada sociedade.
Para superar os obstáculos do meio
ambiente, o ser humano, desde os primórdios, criou diversos utensílios e
implementos, aproveitando matérias-primas encontradas na natureza. Com o
desenvolvimento das diversas culturas e sociedades, foram sendo elaboradas
formas que, além de úteis, fossem consideradas belas, com acabamento que
proporcionasse satisfação ao usuário e ao observador. Tudo isso reflectia (e
reflecte) o modo de pensar e os valores de cada cultura e cada sociedade.
Cultura Espiritual
Por
sua vez cultura espiritual engloba todos
os valores espirituais de um povo, ou seja crença, musica, valores. De uma época podendo ser alterada devido o
constante movimento das populações e a interacção com outros povos.
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Aculturação
Aculturação é um
termo criado inicialmente
por
antropólogos norte-americanos
para designar as
mudanças que podem acontecer em uma
sociedade diante
de sua fusão com elementos culturais externos, geralmente por meio de dominação
política, militar e territorial. Porém, segundo o
historiador francês Nathan
Watchel, aculturação é todo fenómeno de interacção social que resulta do contacto
entre duas
culturas, e não
somente da sobreposição de uma cultura a outra.
Já
Alfredo
Bosi, em
Dialéctica
da colonização, afirma que esse fenómeno provém do contacto entre
sociedades distintas e pode ocorrer em diferentes períodos históricos,
dependendo apenas da existência do contato entre culturas diversas, constituindo-se,
assim, um processo de sujeição social.
A
maioria dos autores acreditam que a aculturação é sempre um fenómeno de
imposição cultural
[1].
Trata-se
de
aculturação quando duas culturas
distintas ou parecidas são absorvidas uma pela outra, formando uma nova cultura
diferente. Além disso, aculturação pode ser também entendida como a absorção de
uma cultura pela outra, onde essa nova cultura terá aspectos da cultura inicial
e da cultura absorvida. Um exemplo é o
Brasil que adquiriu
traços da cultura de
Portugal, da
África, que
juntamente com a cultura
indígena formou-se a
cultura brasileira.
Com
a crescente
globalização,
um novo entendimento de aculturação vem se tornando um dos aspectos
fundamentais na sociedade. Pela proximidade a grandes culturas e rapidez de
comunicação entre os diferentes
países do globo, alguns autores
[carece de fontes] sustentam que cada
cultura está perdendo sua identificação cultural e social, aderindo em parte a
outras culturas. Um exemplo disso são elementos da cultura ocidental que são
cada vez mais homogéneos em muitos países distintos. Mesmo assim a aculturação
não tira totalmente a identidade social de um povo, crendo-se que talvez no
futuro não exista mais uma diferença cultural tão acentuada como a aquela que
hoje ainda se observa, em especial entre o Oriente e o Ocidente.
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Comportamento desviante
Comportamento
desviante é
um dos campos de estudo para
Antropologia e
Sociologia,
e também da
Psicologia social,
que utiliza as noções de comportamento ou conduta. Esse comportamento é
determinado pelas
acções de uma pessoa para
desviar as
regras de um determinado grupo
social. O
indivíduo com comportamento desviante ou
divergente toma atitudes que
para ele se tornou algo
necessário ou
inevitável de se cometer. O tipo
da regra ou norma infringida vai determinar a natureza do ato e as
suas consequências.
Muitos
antropólogos explicam que a pessoa com desvio de comportamento acomete as infracções porque se depara
diante de regras ligadas a incapacidade de atingir fins culturais
determinadas pelo
meio social em que vive. Quando há o insucesso em atingir metas
culturais, devido à insuficiência dos meios institucionalizados, gera
a conduta desviante.
Outros
estudiosos da área determinam a
anomia
como factor
contribuinte
para o comportamento desviante. A anomia é um estado em que há falta de
objectivos e a
perda de
identidade, provocado geralmente pelas fortes transformações do mundo
social moderno. A partir do surgimento do
Capitalismo, e da
tomada da
Razão,
como forma de explicar o mundo, houve um grande rompimento dos
valores tradicionais,
fortemente ligados a religião.
O indivíduo
desviante tem
sido analisado de ponto de vista médico, que determina a distinção da pesssoa “sã” da pessoa insana,
agindo assim, algumas pessoas teriam características com comportamentos anormais, desequilíbrios ou doenças
incuráveis ou
passíveis de recuperação. Porém, outros autores modernos evidenciam os mecanismos
sócio-culturais para
produção de tais desvios.
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Exclusão social
Exclusão
social refere-se
a dificuldades ou problemas sociais que levam ao isolamento e até à
discriminação de um determinado grupo de uma determinada
sociedade.
Estes grupos excluídos ou, que sofrem de exclusão social, precisam assim de uma
estratégia ou política de inserção de modo a que se possam integrar e ser
aceitos pela sociedade que os rodeia.
O
termo exclusão social teve origem na
França e, no modo francês de
classificação social, neste caso, especificamente relacionado com pessoas ou
grupos desfavorecidos. O sociólogo francês Robert Castel (1990), definiu a exclusão
social como o ponto máximo atingível no decurso da marginalização, sendo este,
um processo no qual o indivíduo se vai progressivamente afastando da sociedade
através de rupturas consecutivas com a mesma.
A
pobreza pode, por exemplo, levar a uma situação de exclusão social, no entanto,
não é obrigatório que estes dois conceitos estejam intimamente ligados. Um
trabalhador de uma classe social baixa, pode ser pobre e estar integrado na sua
classe e comunidade. Deste modo, factores/estados como a pobreza, o desemprego
ou emprego precário, as minorias étnicas e ou culturais, os deficientes físicos
e mentais, os sem-abrigo, trabalhadores informais e os idosos podem originar
grupos excluídos socialmente mas, não é obrigatório que o sejam.
Existem
diversos tipos de exclusões sociais, Alfredo Bruto da Costa (2009) referiu que
exclusões sociais deveriam ser definidas conforme as causas que apresentavam e
os efeitos que exigiam. Nesta perspectiva, o autor categorizou as exclusões
sociais de cinco modos:
·
a
exclusão de ordem económica;
·
social;
·
cultural;
·
patológica;
·
comportamentos
auto-destrutivos.
Uma
pessoa é considerada socialmente excluída quando está impedida de participar
plenamente na vida económica, social e civil e/ou quando o seu acesso ao
rendimento e a outros recursos (pessoais, familiares e culturais) é de tal modo
insuficiente que não lhe permite usufruir de um nível de vida considerado
aceitável pela sociedade em que vive.
A exclusão social pode, portanto, ser definida como uma combinação de falta de
meios económicos, de isolamento social e de acesso limitado aos direitos
sociais e civis; trata-se de um conceito relativo dentro de qualquer sociedade
particular e representa uma acumulação progressiva de factores sociais e
económicos ao longo do tempo. Os factores que podem contribuir para a exclusão
social são os problemas laborais, os padrões de educação e de vida, a saúde, a
nacionalidade, a toxicodependência, a desigualdade sexual e a violência.
A exclusão social é um conceito multidimensional e exprime-se em diferentes
níveis (ambiental, cultural, económico, político e social), sendo
frequentemente cumulativa, ou seja, compreendendo vários deles ou mesmo todos.
Dimensões
da Exclusão Social no quotidiano do indivíduo
Pode-se
dizer que a exclusão social se exprime em 6 dimensões principais do quotidiano
real dos indivíduos, ao nível:
Do SER, ou seja da personalidade, da dignidade e da auto-estima e do
auto-reconhecimento individual;
Do ESTAR, ou seja das redes de pertença social, desde a família, às redes de
vizinhança, aos grupos de convívio e de interacção social e à sociedade mais
geral;
Do FAZER, ou seja das tarefas realizadas e socialmente reconhecidas, quer sob a
forma de emprego remunerado (uma vez que a forma dominante de reconhecimento
social assenta na possibilidade de se auferir um rendimento traduzível em poder
de compra e em estatuto de consumidor), quer sob a forma de trabalho voluntário
não remunerado;
Do CRIAR, ou seja da capacidade de empreender, de assumir iniciativas, de
definir e concretizar projectos, de inventar e criar acções, quaisquer que elas
sejam;
Do SABER, ou seja do acesso à informação (escolar ou não; formal ou informal),
necessária à tomada fundamentada de decisões, e da capacidade crítica face à
sociedade e ao ambiente envolvente;
Do TER, ou seja do rendimento, do poder de compra, do acesso a níveis de
consumo médios da sociedade, da capacidade aquisitiva (incluindo a capacidade
de estabelecer prioridades de aquisição e consumo).
A exclusão social é, portanto, segundo esta leitura, uma situação de não
realização de algumas ou de todas estas dimensões.
É o “não ser”, o “não estar”, o “não fazer”, o “não criar”, o “não saber” e/ou
o “não ter”.
Esta formulação permite ainda estabelecer a relação entre a exclusão social,
entendida desta forma abrangente, e a pobreza, que é basicamente a privação de
recursos (exprimindo-se nomeadamente ao nível da exclusão social do fazer, do
criar, do saber e/ou do ter), ou seja uma das dimensões daquela.
Integração
na sociedade
Uma
vez definida e caracterizada a exclusão social, a sua erradicação implica um
duplo processo de interacção positiva entre os indivíduos excluídos e a
sociedade a que pertencem e que passa por dois caminhos:
o dos indivíduos que se tornam cidadãos plenos;
o da sociedade que permite e acolhe a cidadania.
A este duplo processo chamamos integração (na sociedade). A integração (social)
de que aqui falamos é o processo que viabiliza o acesso às oportunidades da
sociedade, a quem dele estava excluído, permitindo a retoma da relação
interactiva entre uma célula (o indivíduo ou a família), que estava excluída, e
o organismo (a sociedade) a que ela pertence, trazendo-lhe algo de próprio, de
específico e de diferente, que o enriquece e mantendo a sua individualidade e
especificidade que a diferencia das outras células que compõem o organismo.
A integração é sempre uma oportunidade de mais valia para a sociedade, através
do seu enriquecimento pela diversidade.
Como duplo processo que foi referido, a integração associa duas lógicas:
- A do indivíduo que passa a ter acesso às oportunidades da sociedade, podendo
escolher se as utiliza ou não (em última análise, ninguém pode ser obrigado a
sair da sua situação de exclusão social, apenas se podendo viabilizar e
aumentar as possibilidades de escolha) – a este processo (se a opção for pela
positiva) chamaremos de inserção na sociedade;
- a da sociedade que se organiza de forma a abrir as suas oportunidades para
todos, reforçando-as e tornando-as equitativas – a este processo chamaremos de
inclusão.
Inserção e inclusão são assim as duas faces de um processo (duplo) que é o da
integração.
Medidas
governamentais para combater a exclusão social
A
acção contra a pobreza e contra a exclusão social só pode ser combatida através
de uma intervenção preventiva e com uma mobilização de políticas em domínios
como a emprego (prevenindo o desemprego de longa duração), a política de
salários (agindo contra os baixos salários), a segurança social (melhorando as
pensões mínimas), a saúde, a educação, a acção social, as migrações, etc. Aqui
ficam algumas medidas de combate à exclusão social:
1. Reforçar a democracia pela participação co-responsável da sociedade civil;
2. Ter o princípio da subsidiariedade como uma orientação primordial;
3. Incentivar e desenvolver profundas articulações entre todas as políticas e
sectores de intervenção;
4. Observar, monitorizar e avaliar de uma forma participada todos resultados;
5. Promover a escuta e a dinamização da participação activa dos cidadãos,
particularmente dos que enfrentam situações de pobreza e de exclusão social.